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Grécia sofre com onda de calor histórica e risco de incêndios

A Grécia está enfrentando a pior onda de calor dos últimos 35 anos, com temperaturas que ultrapassam os 40 graus Celsius em várias regiões do país. O fenômeno climático tem causado problemas de saúde, cortes de energia e água e incêndios florestais. As autoridades gregas pedem à população que tome medidas de precaução e evite atividades ao ar livre.

De acordo com o Serviço Meteorológico Nacional, a onda de calor deve-se a uma massa de ar quente que começa a cruzar o território grego de oeste a leste. Os meteorologistas esperam que as temperaturas permaneçam muito elevadas durante a próxima semana. As temperaturas na próxima semana podem quebrar o recorde atual da Europa – 48,8 graus Celsius registrados na Sicília em agosto de 2021.

A pior onda de calor a atingir o país em várias décadas chegou em agosto, quando as temperaturas atingiram o recorde de 46,3 ºC. Mesmo em circunstâncias normais, a cidade de Atenas é a capital mais quente da Europa continental. Em julho, a ex-vice-prefeita Eleni Myrivili foi nomeada nova “diretora de aquecimento” da cidade, a primeira função desse tipo na Europa.

Risco de incêndios e cortes de energia

A onda de calor tem provocado incêndios florestais devastadores na Grécia, especialmente nas ilhas do mar Egeu e no Peloponeso. As autoridades mobilizaram bombeiros, aviões e helicópteros para combater as chamas e evacuar moradores e turistas. O Ministério da Proteção Civil da Grécia alertou para o risco de incêndios florestais em cinco áreas e disse às pessoas para evitar tarefas como queimar ervas daninhas por medo de provocar incêndios.

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Na Grécia, quando ocorrem ondas de calor, são frequentes os cortes de energia elétrica e de água potável que duram várias horas. A demanda por eletricidade aumenta com o uso de ventiladores e ar-condicionados, sobrecarregando a rede elétrica. Além disso, a seca reduz os níveis dos reservatórios e afeta o abastecimento de água.

Nomear ondas de calor para conscientizar

Diante dos impactos das ondas de calor na saúde, no meio ambiente e na economia, autoridades e pesquisadores gregos estão pensando em nomear ondas de calor individuais para ajudar a manter as pessoas seguras quando as temperaturas subirem. A ideia, semelhante ao processo para grandes tempestades, é parte de um esforço internacional de contenção de danos causados pelo calor excessivo.

“As ondas de calor causam muitas mortes; elas não fazem barulho e podem não ser visíveis, mas são um assassino silencioso”, disse Kostas Lagouvardos, diretor de pesquisa do Observatório Nacional de Atenas, ao The Observer, um jornal inglês publicado pelo Guardian Media Group. “Acreditamos que as pessoas estarão mais preparadas para enfrentar um evento climático que se aproxima quando o evento tiver um nome”.

Estudo recente aponta que o calor extremo mata 5 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. Pesquisadores afirmam que muitas dessas mortes poderiam ser evitadas incentivando as pessoas a se prepararem e a encontrarem abrigo contra o calor, além de motivá-las a construírem moradias mais resistentes às altas temperaturas.

Segundo o estudo, a esperança é de que os nomes oficiais possam impedir que eventos de calor extremo alcancem as pessoas e possam fazer da preparação para desastres provocados pelas temperaturas elevadas uma prioridade mais urgente.

Cuidados com a saúde

O calor extremo pode causar desidratação, insolação, exaustão, queimaduras e até morte. As pessoas mais vulneráveis são as crianças, os idosos, os doentes crônicos e os trabalhadores ao ar livre. Os médicos recomendam que as pessoas bebam bastante água, usem roupas leves e protetor solar, evitem exposição direta ao sol e atividades físicas intensas, busquem locais frescos e ventilados e procurem ajuda médica em caso de sintomas como tontura, náusea, dor de cabeça e febre.

O mundo registrou seu dia mais quente na semana passada, com cientistas culpando a combinação do aquecimento global de longo prazo causado por gases de efeito estufa, com o aumento de curto prazo do El Niño, um padrão regular de clima quente originário do Pacífico.

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