Tecnologia

Juiz suspende medida de Trump para banir TikTok

(Solen Feyissa/Unsplash)

A decisão de um juiz na noite de domingo (27/09) impediu de última hora que o TikTok, popular aplicativo de vídeos curtos para celular, fosse banido dos Estados Unidos.

O app, propriedade de uma empresa chinesa, é considerado uma ameaça à segurança nacional pelo governo Donald Trump e está no centro de uma disputa entre EUA e China.

O governo Trump queria que, a partir da 0h desta segunda-feira, novos downloads do aplicativo fossem proibidos em território americano e que, a partir de 12 de novembro, o acesso ao app fosse completamente cessado.

A decisão do juiz de Washington se aplica somente ao ultimato deste 27 de setembro, o que significa que usuários poderão continuar a usar o aplicativo normalmente. As datas haviam sido fixadas pelo Departamento de Comércio americano há alguma semanas.

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Trump havia dado um ultimato até meados de setembro para que americanos parassem de fazer negócios com a ByteDance, dona do aplicativo. Isso, na prática, forçou a venda do TikTok a uma empresa dos EUA.

Ao que tudo indica, o aplicativo será comprado pela Walmart e a Oracle. O acordo entre as duas empresas e a ByteDance permitiria que o TikTok continue operando nos EUA.

A ByteDance disse que seu acordo com a Oracle e o Walmart envolveria a criação de uma empresa americana autônoma e não permitiria transferência de tecnologia. A Oracle poderia, inclusive, inspecionar o código-fonte do TikTok nos EUA. Uma confirmação oficial do acordo ainda está pendente.

O TikTok, de propriedade da empresa ByteDance Ltd., sediada em Pequim, tornou-se famoso por seus vídeos curtos, muito populares entre adolescentes e como canal de marketing para celebridades. A empresa afirma ter 100 milhões de usuários nos EUA e centenas de milhões em todo o mundo. Os executivos da ByteDance avaliaram o TikTok em mais de 50 bilhões de dólares.

O governo dos EUA expressa com frequência preocupação com os serviços chineses de mídia social e alega que eles poderiam fornecer informações pessoais de usuários americanos às autoridades chinesas.

No entanto, o governo americano não forneceu nenhuma evidência de que este seja o caso do aplicativo TikTok. Em vez disso, apontou para a capacidade do Partido Comunista de forçar empresas chinesas a cooperar. De acordo com uma lei chinesa introduzida em 2017, as empresas têm a obrigação de apoiar e cooperar com o trabalho de inteligência do país.

Órgãos reguladores dos EUA mencionaram preocupações de segurança semelhantes no ano passado, quando o proprietário chinês do aplicativo Grindr foi obrigado a vendê-lo.

O TikTok comunicou que não atenderia a nenhum pedido de compartilhamento de dados de usuários com as autoridades chinesas.

O Ministério do Exterior da China manifestou clara oposição à venda forçada do TikTok por considerar que violaria os princípios da Organização Mundial do Comércio (OMC).  

Pequim vê a venda do TikTok como mais um capítulo da guerra comercial com Washington, que tenta conter o crescente poderio tecnológico do gigante asiático, com restrições impostas, por exemplo, à empresa de telecomunicações Huawei e à popular rede social WeChat, do conglomerado digital Tencent.    

RPR/ap/rtr

Por Deutsche Welle

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