Política

Lula diz que Brasil não quer desafiar os EUA, mas defende soberania: “não somos republiqueta”

Presidente reafirma disposição ao diálogo com Trump, mas destaca que país tem interesses que devem ser respeitados

Em convenção do Partido dos Trabalhadores (PT) em Brasília neste domingo (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o Brasil não pretende iniciar um confronto com os Estados Unidos, mesmo frente às tarifas de 50% impostas por Donald Trump sobre produtos brasileiros, que entram em vigor em 6 de agosto. “Eu não estou disposto a brigar com o governo americano”, afirmou o presidente, reforçando que “este país é um país de paz” e que busca negociar em igualdade de condições.

Lula diz que Brasil não quer desafiar os EUA, mas defende soberania: “não somos republiqueta”
Presidente reafirma disposição ao diálogo com Trump, mas destaca que país tem interesses que devem ser respeitados(Marcelo Camargo-Agência Brasil)

No entanto, Lula foi enfático ao ressaltar que o Brasil não é “republiqueta de banana” e que tem interesses econômicos e estratégicos que precisam ser defendidos. O presidente afirmou que o país já abriu “398 novos mercados” para exportações brasileiras, mostrando força diplomática global e reforçando que deseja ser respeitado por sua dimensão e autonomia. “Nós não somos subordinados ao dólar”, acrescentou, referindo-se à proposta de negociar em outras moedas ou criar alternativas comerciais dentro dos BRICS.

Apesar da pressão externa, Lula reafirmou que as negociações com os Estados Unidos estão abertas e que propostas de acordo já foram encaminhadas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo chanceler Mauro Vieira. O governo brasileiro continua defendendo medidas de apoio à indústria e aos trabalhadores impactados pelas tarifas enquanto mantém disposição ao diálogo com ações diplomáticas firmes e pragmáticas.

A declaração assume relevância num momento de crescente tensão entre Brasil e EUA, marcada não apenas pelas tarifas comerciais, mas também por sanções impositivas contra autoridades brasileiras, como o ministro do STF Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky. Lula já classificou tais medidas como uma “interferência inaceitável” na soberania nacional e reafirma seu compromisso com uma agenda diplomática que respeite a independência dos Poderes brasileiros.

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