Polícia identifica dois suspeitos pelo assassinato de ex-delegado-geral de São Paulo
Ruy Ferraz Fontes foi executado a tiros com uso de fuzis em Praia Grande; Justiça analisa pedidos de prisão dos envolvidos
A Polícia Civil de São Paulo identificou dois suspeitos de envolvimento direto na execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, morto em uma emboscada na última segunda-feira (15), em Praia Grande, no litoral sul paulista. Fontes, de 64 anos, ocupava o cargo de secretário de Administração da prefeitura da cidade desde o início de 2023, após deixar a chefia da corporação estadual.

O crime foi cometido com alto grau de violência e planejamento. Segundo as investigações, o ex-delegado dirigia seu carro quando foi cercado por criminosos armados com fuzis. Durante a perseguição, o veículo conduzido por Fontes colidiu com um ônibus e capotou. Nesse momento, os assassinos efetuaram diversos disparos, matando o ex-delegado no local.
A identificação dos suspeitos se deu com base em perícias realizadas em um dos carros usados na ação e por meio de vestígios encontrados na cena do crime. A Polícia também obteve imagens de câmeras de segurança que ajudaram a traçar os movimentos dos criminosos antes e depois do atentado. Um dos suspeitos já tem antecedentes por tráfico de drogas e roubos, inclusive atos cometidos na adolescência.
A Secretaria de Segurança Pública informou que já foram solicitadas à Justiça as prisões temporárias dos dois homens identificados. As motivações do crime seguem sob apuração, mas os investigadores trabalham com a hipótese de que Fontes tenha sido alvo de retaliação por sua atuação no combate ao crime organizado quando comandava a Polícia Civil.
Ruy Ferraz Fontes foi delegado por mais de 30 anos e esteve à frente da corporação entre 2019 e 2021, durante o governo João Doria. Em sua gestão, ficou marcado por operações contra o tráfico de drogas e facções criminosas, além de medidas polêmicas, como mudanças internas em departamentos estratégicos da Polícia Civil.
A morte de Fontes causou forte repercussão entre autoridades e setores da segurança pública. A prefeitura de Praia Grande decretou luto oficial de três dias. Representantes da classe policial cobraram uma resposta rápida da Justiça, enquanto a cúpula da Segurança Pública classificou o crime como um “ataque direto ao Estado”.
O caso é acompanhado de perto pela Secretaria de Segurança Pública, que designou equipes especializadas para aprofundar as investigações. A expectativa é que novas prisões sejam feitas nos próximos dias, com a possível identificação de mandantes ou cúmplices ainda não revelados.







