São Paulo

Doença renal e retinopatia crescem em São Paulo e sobrecarregam o SUS

Mais de 26 mil pacientes fazem hemodiálise regularmente e casos de retinopatia passam de 184 mil no estado

O número de paulistas afetados por complicações graves decorrentes de doenças crônicas segue em alta, colocando pressão crescente sobre o sistema público de saúde. Segundo dados do Governo do Estado de São Paulo, mais de 26 mil pessoas realizam hemodiálise regularmente, enquanto outras 184.528 convivem com a retinopatia diabética, condição que pode levar à cegueira se não for tratada adequadamente.

Doença renal e retinopatia crescem em São Paulo e expõem sobrecarga no SUS
Com mais de 26 mil pacientes em hemodiálise e 184 mil com retinopatia, SUS vive situação de alerta(Pillar Pedreira/Agência Senado)

Essas doenças têm como principais causas o avanço do diabetes e da hipertensão arterial, que, de forma silenciosa, vêm se espalhando pelo país e sendo diagnosticadas tardiamente. A consequência é um crescimento no número de pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) e complicações oftalmológicas associadas ao diabetes mal controlado.

O impacto financeiro dessas condições também chama atenção. Estima-se que cada paciente com DRC ou retinopatia gaste, em média, R$ 4 mil por mês com medicamentos, transporte, alimentação especializada e cuidados contínuos. Parte desses custos é coberta pelo SUS, mas o valor elevado ainda pesa significativamente no orçamento das famílias e do próprio sistema público de saúde.

A fila por tratamento oftalmológico, especialmente para casos de retinopatia diabética, vem crescendo de forma preocupante. Mesmo com o avanço tecnológico, a capacidade de resposta da rede pública é limitada. Um dos principais gargalos está na disponibilidade de especialistas: São Paulo conta com apenas 2.992 oftalmologistas cadastrados, número considerado insuficiente diante da demanda crescente.

O alerta dos profissionais de saúde é claro: o diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações mais graves e reduzir os custos do tratamento ao longo do tempo. No entanto, o acesso limitado a exames especializados e a falta de campanhas regulares de triagem dificultam a identificação precoce de pacientes em estágio inicial da doença.

Para especialistas, o cenário aponta a necessidade urgente de investimento em prevenção, rastreamento ativo e ampliação da rede de atendimento especializado, especialmente em regiões do interior e periferias urbanas, onde a cobertura médica é mais deficiente.

Enquanto isso, milhares de paulistas enfrentam uma rotina desgastante de tratamentos, deslocamentos e incertezas, em uma luta diária para manter a saúde sob controle — e a qualidade de vida, minimamente preservada.

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