Composto da maconha combate Alzheimer, mas pesquisa foi paralisada
Por Daniel Mello

- ONU: quase 12 mil crianças foram mortas ou mutiladas em conflitos armados em 2024Relatório revela aumento de 25% nas violações graves a crianças em zonas de guerra, com destaque para assassinatos, mutilações e negação de acesso humanitário
- Moraes vota por condenação de réu que furtou bola autografada por NeymarMinistro do STF propõe pena de 17 anos e multa de R$ 30 milhões por crime durante atos do 8 de janeiro.
- Flamengo vira sobre o Chelsea e assume liderança do Grupo D no Mundial de ClubesTime carioca reage após derrota parcial, explora vantagem numérica com expulsão de Nicolas Jackson e garante 6 pontos em dois jogos
- Inverno começa hoje no Brasil: previsão indica estação mais típica após ano atípicoEstação inicia em 20 de junho e promete queda de temperaturas, nevoeiros, geadas e menor chuva no Centro-Sul, em clima mais tradicional.
- Mal-estar obriga Bolsonaro a cancelar compromissos em Goiás e antecipar retorno a BrasíliaEx-presidente sentiu-se indisposto durante visita a um frigorífico em Goiânia; estado de saúde inspira cuidados após série de cirurgias abdominais.
Um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) conseguiu combater os sintomas do Alzheimer usando um composto canabinoide. Os testes apresentaram bons resultados em ratos em que houve a simulação dos estágios iniciais da doença. Os resultados forma publicados na revista científica Neurotoxicity Research.
Para os experimentos foi usado o composto sintético ACEA (Araquidonil-2′-cloroetilamida) em animais em que receberam no cérebro a droga estreptozotocina (STZ), que provoca uma deficiência no metabolismo dos neurônios. Em seguida, foram aplicados teste da memória nos ratos, com o reconhecimento de objetos.
São colocados objetos novos no ambiente onde estavam os animais. Os ratos que não estavam sob o efeito da droga exploraram mais os locais com as novidades, enquanto aqueles com Alzheimer mantiveram o mesmo interesse por todo o ambiente. Os testes foram repetidos com o intervalo de uma hora e de um dia, para avaliar memória de curto e longo prazo.
Resultados
A partir daí, os ratos passaram a ser tratados com o ACEA, uma forma sintética de um dos compostos extraídos da maconha. Ele se liga ao receptor CB1, presente especialmente no hipocampo, parte do cérebro relacionada à memória e que é afetada pelo Alzheimer.
Segundo a coordenadora do estudo, professora Andréa Torrão, os resultados da administração do canabinoide foram “bem positivos”. De acordo com a pesquisadora, foi verificada uma “reversão do déficit cognitivo”. Segundo ela, isso significa que o composto foi capaz de impedir a progressão da doença que foi simulada em uma fase inicial.
Andréa disse que o ACEA tem sido usado por diversos grupos de pesquisa no mundo, porém, ainda existem aspectos não investigados, que a equipe do Instituto de Ciências Biomédicas tentou avaliar. “Ele foi bem descrito bem mais recentemente. Mas tinha muitas outras perguntas, lacunas, que a gente queria entender”, enfatizou.
Apesar dos bons resultados, as pesquisas com o canabinoide no instituto foram paralisadas. “Os complexos canabinoides estão muito caros para a gente importar com os cortes de verbas que tem sido feito nos últimos anos”, ressaltou a pesquisadora. Por isso, o grupo tem usado outras substâncias que agem em outros aspectos do Alzheimer.