Marcha da Maconha reúne milhares na Paulista por legalização e justiça social
Evento teve presença de movimentos sociais, indígenas e artistas, com críticas à criminalização e pedido por políticas de reparação.
No último sábado (14), a 17ª edição da Marcha da Maconha tomou as ruas da Avenida Paulista, reunindo entre 50 000 e 60 000 pessoas em apoio à legalização da cannabis e ao fim da guerra às drogas. O ato começou às 16h20 no vão do MASP, seguindo em passeata até a Praça da República.
Eixos e público presente
O evento foi organizado em blocos temáticos — como liberdade, direito e reparação — e contou com a participação inédita do MST, povos Guarani Mbya, Fed‑SP, Marcha pelo Clima e MPL. Personalidades como o rapper Marcelo D2 também estavam presentes.
Luciano Carvalho, representante do MST em SP, destacou que a marcha mescla pautas anticondutistas e ambientais:
“… é essencial acabar com a mortandade pela discriminação e pela criminalização…”
Marcelo D2 comentou sobre a importância social do movimento:
“É meio distópico que em 2025 seja necessário fazer uma marcha para legalizar a maconha…”
Contexto jurídico e críticas
A marcha ocorre cerca de um ano após a descriminalização pelo STF do porte de até 40 g ou seis plantas – uma medida que os ativistas chamam de “falsa descriminalização”, por não eliminar abordagens policiais abusivas. Os organizadores alertam que a regulamentação precisa vir acompanhada de reparação social, anistia, acesso equitativo à cannabis medicinal e fim do encarceramento de comunidades vulneráveis.
Repercussões e desdobramentos
O movimento segue em ascensão: entre junho e setembro, haverá atos similares na Grande SP — incluindo Santo André, Guarulhos, Osasco e zonas Norte e Leste — em mobilização contra a guerra às drogas. A pressão popular também mira a PEC 45/2023, que visa endurecer o porte, e pressiona órgãos como o STF e o Congresso Brasileiro.