Economia

S&P mantém nota do Brasil em ‘BB’ com perspectiva estável e alerta para desafios fiscais

Agência destaca rigidez orçamentária e déficits elevados como obstáculos à melhora do rating, mas reconhece força externa e política monetária sólida

S&P mantém nota do Brasil em ‘BB’ com perspectiva estável e alerta para desafios fiscais

A agência de classificação de risco S&P Global Ratings anunciou nesta quinta-feira (5) a manutenção da nota de crédito soberano do Brasil em ‘BB’, com perspectiva estável. A decisão mantém o país dois níveis abaixo do grau de investimento, refletindo preocupações com a rigidez orçamentária e déficits fiscais elevados, apesar de reconhecer a força da posição externa e a solidez da política monetária brasileira.

S&P mantém nota do Brasil em 'BB' com perspectiva estável e alerta para desafios fiscais
Agência destaca rigidez orçamentária e déficits elevados como obstáculos à melhora do rating, mas reconhece força externa e política monetária sólida(José Cruz-Agência Brasil)

Destaques da avaliação

A S&P ressalta que, embora o Brasil enfrente desafios fiscais significativos, sua posição externa é robusta, sustentada por um forte fluxo de exportações de commodities e uma moeda amplamente negociada. A agência também elogia a independência do Banco Central e a adoção de metas de inflação, que contribuem para a credibilidade da política monetária do país.

No entanto, a agência alerta que os déficits do governo devem permanecer elevados devido à rigidez orçamentária e à alta carga de juros, fatores que pressionam a estabilidade fiscal. A S&P observa que a estrutura de gastos primários inflexível e os juros altos são os principais obstáculos para a melhoria da nota de crédito do Brasil.

Perspectivas futuras

A S&P indica que uma elevação da nota dependerá da implementação de políticas que aumentem os superávits primários e reduzam a rigidez orçamentária. A agência acredita que tais reformas só devem ocorrer após as eleições presidenciais de 2026.

Por outro lado, a S&P adverte que, se as medidas de ajuste fiscal não conseguirem conter a pressão de gastos, levando a um aumento da dívida mais rápido do que o esperado, a nota do Brasil poderá ser rebaixada nos próximos dois anos. A agência também destaca que uma deterioração na sinalização das políticas fiscais poderia afetar os fluxos de investimento estrangeiro direto e enfraquecer a posição externa do país.

Comparativo com outras agências

A decisão da S&P ocorre poucos dias após a Moody’s rebaixar a perspectiva da nota soberana do Brasil de positiva para estável, citando a deterioração da capacidade de pagamento da dívida e o progresso mais lento do que o esperado na redução da rigidez dos gastos e na construção de credibilidade da política fiscal. Com isso, as três principais agências de classificação de risco mantêm o Brasil abaixo do grau de investimento, indicando a necessidade de reformas estruturais para melhorar a avaliação de crédito do país.

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