Haddad defende taxação das bets: “ganham fortuna e mandam dinheiro para o exterior”
Ministro da Fazenda critica falta de impostos sobre casas de aposta e compara setor a cigarro e bebida alcoólica
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (8) que as casas de apostas online — conhecidas como “bets” — estão “ganhando uma fortuna” no Brasil, mas geram pouco emprego e transferem os lucros para o exterior. Ele criticou a falta de cobrança de impostos sobre o setor durante o governo anterior e defendeu que o segmento seja tributado de forma semelhante ao cigarro e bebidas alcoólicas.

Segundo Haddad, “é preciso enquadrar esse setor de uma vez por todas”, pois mesmo com a legalização das apostas em 2018, as empresas só passaram a pagar tributos em 2023 — e ainda de forma insuficiente. Ele ressaltou que tais medidas fiscais são essenciais para garantir “resultados fiscais robustos”, fomentar o crescimento econômico, manter o desemprego baixo e controlar a inflação.
O ministro comparou as bets a produtos potencialmente nocivos, como cigarro e bebida alcoólica, que também recebem alta taxação devido aos impactos sociais. “Os caras estão ganhando uma fortuna no Brasil, gerando muito pouco emprego, mandando para fora o dinheiro arrecadado aqui, e que vantagem a gente leva?”, questionou.
Haddad também criticou o governo anterior, apontando que, durante quatro anos, o setor ficou completamente isento de tributos. “O governo anterior tratou as bets como se fossem a Santa Casa de Misericórdia, sem cobrar um centavo de impostos”. Ele considerou que o deputado Jair Bolsonaro teve responsabilidade direta na expansão descontrolada do mercado de apostas online, ao não regulamentar adequadamente o setor.
A proposta atual prevê elevar a alíquota de 12% para 18% sobre a arrecadação líquida das casas de apostas, por meio de medida provisória já enviada ao Congresso. Haddad disse estar otimista quanto ao acolhimento da medida, mesmo que clamor político tenha reduzido a alíquota inicialmente desejada.







