Justiça

General nega pressão de Bolsonaro para forjar relatório sobre urnas eletrônicas

Em depoimento ao STF, ex-ministro da Defesa diz que relatório das Forças Armadas seguiu critérios técnicos e que não houve interferência do ex-presidente.

Nesta terça-feira (10), o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, prestou depoimento à 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) como parte da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022. Na ocasião, o general afirmou categoricamente que não sofreu pressão do ex-presidente Jair Bolsonaro para alterar o relatório sobre urnas eletrônicas enviado ao TSE.

General nega pressão de Bolsonaro para forjar relatório sobre urnas eletrônicas
Em depoimento ao STF, ex-ministro da Defesa diz que relatório das Forças Armadas seguiu critérios técnicos e que não houve interferência do ex-presidente(Reprodução-STF)

Nogueira explicou que o documento, elaborado por técnicos das Forças Armadas e entregue em novembro de 2022, concluía não haver indícios de fraude, embora não descartasse totalmente eventuais vulnerabilidades. Segundo ele, as conclusões foram baseadas em evidências técnicas, sem qualquer interferência externa ou alteração a pedido de Bolsonaro .

O general também aproveitou para se desculpar pelos ataques que fez ao TSE em gravações de reuniões ministeriais de 2022, admitindo que suas palavras foram “inadequadas” e destacando que hoje reconhece o trabalho da Corte eleitoral.

O depoimento de Nogueira complementa a versão apresentada por Bolsonaro ainda nesta terça, que afirmou perante o STF que “jamais pressionou qualquer ministro, muito menos o general Paulo Sérgio, para que fizesse isso ou aquilo”, e que pedia apenas um relatório “o mais imparcial possível”.

Contexto do processo

A investigação da Procuradoria‑Geral da República (PGR) apura se integrantes do governo Bolsonaro planejaram, em conjunto com militares, uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, vencedor das eleições de 2022.

A fase de interrogatórios, conduzida pelo ministro relator Alexandre de Moraes, envolve oito réus do chamado “núcleo crucial” — entre eles Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa e o ex-ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto. Espera-se que os depoimentos sejam concluídos até sexta-feira (13). Posteriormente, PGR e defesas apresentarão alegações finais antes do julgamento, previsto para o segundo semestre deste ano.

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