Justiça
STF conclui primeiro dia de interrogatórios sobre trama golpista
Depoimentos de Mauro Cid e Alexandre Ramagem marcam encerramento da primeira fase; sessões seguem até sexta-feira.
Na tarde desta segunda-feira (9), o Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou o primeiro dia de interrogatórios do chamado “núcleo 1” da trama golpista, que investiga tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Presidida pelo ministro Alexandre de Moraes, a sessão durou cerca de seis horas, com a oitiva de dois réus centrais:
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e delator premiado. Ele confirmou que Bolsonaro participou da reunião na qual foi apresentada a minuta do golpe, que incluía prisão de ministros do STF, e afirmou ter recebido sacola com dinheiro do general Braga Netto para repassar ao major Rafael de Oliveira, vinculado a ações radicais.
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, negou uso da agência para monitorar ministros do STF e do TSE, afirmando que os relatórios eram opiniões pessoais e não tinham caráter ilegal.
As sessões, transmitidas ao vivo pela TV Justiça e canal do YouTube do STF, serão retomadas nesta terça (10), às 9h, com interrogatório de Admiral Almir Garnier, seguido por Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto — este último por videoconferência.
O que está em jogo
- Cronograma rigoroso: os interrogatórios do “núcleo 1” seguem até sexta-feira (13) e são parte final do processo penal antes do julgamento do mérito, previsto para o segundo semestre de 2025.
- Penas possíveis: os réus enfrentam acusações que incluem organização criminosa armada, tentativa de golpe, dano ao patrimônio público e abolição violenta do Estado democrático de Direito, com pena que pode ultrapassar 30 anos de prisão.