Morre Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, aos 89 anos
Líder histórico da esquerda latino-americana, Mujica ficou conhecido por seu estilo de vida simples, defesa dos direitos sociais e legado humanista
O ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, faleceu nesta terça-feira (13), aos 89 anos, em sua residência na zona rural de Montevidéu. Mujica estava em cuidados paliativos após suspender o tratamento de um câncer no esôfago, diagnosticado em abril de 2024, que posteriormente se espalhou para o fígado.

Conhecido mundialmente como o “presidente mais pobre do mundo”, Mujica adotava um estilo de vida simples e austero. Durante seu mandato presidencial de 2010 a 2015, recusou-se a viver no palácio presidencial, optando por permanecer em sua modesta chácara com sua esposa, Lucía Topolansky. Além disso, doava cerca de 90% de seu salário para instituições de caridade.
Antes de sua carreira política, Mujica foi membro do movimento guerrilheiro Tupamaros nos anos 1960 e passou quase 15 anos preso durante a ditadura militar uruguaia. Após sua libertação em 1985, ingressou na política democrática, sendo eleito deputado, senador e, posteriormente, presidente.
Durante sua presidência, implementou políticas progressistas que posicionaram o Uruguai como referência em direitos civis na América Latina. Entre suas principais realizações estão a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a regulamentação da maconha e a descriminalização do aborto.
Mujica também era reconhecido por suas reflexões filosóficas sobre a vida, o consumismo e a política. Em uma de suas falas mais emblemáticas, declarou: “Pobre não é quem tem pouco, mas quem precisa infinitamente de muito”.
Sua morte gerou comoção internacional, com líderes políticos e figuras públicas expressando pesar e destacando seu legado de integridade, humildade e compromisso com a justiça social.