ONU alerta: onda de calor na Europa é excepcionalmente precoce e preocupante
Agência da ONU classifica fenômeno de calor extremo como “assassino silencioso” e destaca riscos crescentes para populações vulneráveis
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU responsável pelo monitoramento climático, emitiu alerta nesta terça-feira (1º) destacando que a Europa enfrenta uma onda de calor excepcionalmente precoce. Segundo a porta‑voz Clare Nullis, o fenômeno já era esperado como parte de padrões de aquecimento, mas sua intensidade e antecipação impressionam — representando um risco crescente à saúde pública.

A influência é resultado de um “domo de calor” que prende o ar quente vindo do Norte da África e do aquecimento acima da média do Mar Mediterrâneo — que chegou a 30 °C, aproximadamente 6 °C acima do normal para a região. O Serviço Meteorológico Alemão (DWD) já registrou na Alemanha até 38 °C, com expectativa de temperaturas próximas de 40 °C nos próximos dias.
Nullis advertiu que esse padrão climático improvável para cedo no verão europeu está se tornando cada vez mais comum e que o calor extremo tem se mostrado um “assassino silencioso”, com mortes frequentemente subnotificadas nos registros oficiais. A ONU reforça que “todo óbito relacionado ao calor é evitável” e defende implantação urgente de alertas precoces e planos coordenados de ação.
O fenômeno já escancarou falhas na infraestrutura de diversos países. Na Alemanha, hospitais e escolas clamam por reforço na climatização; em Portugal e Espanha, serviços públicos e transportes enfrentam colapso com temperaturas acima de 40 °C, e maturados alertas vermelhos foram emitidos .
A OMM projeta que, até 2050, metade da população europeia estará exposta a risco alto ou muito alto de estresse térmico durante os verões, se medidas de adaptação às ondas de calor não forem fortalecidas.
Este alerta precoce da ONU reforça a urgência de adoção de políticas públicas climáticas, especialmente em regiões vulneráveis, como a Europa. O Brasil e outros países precisam acompanhar esses sinais, implementando sistemas de aviso, proteção às populações mais sensíveis e adaptação de espaços urbanos e serviços essenciais frente às novas condições climáticas.