Jornalista presa por homofobia repete ofensas em condomínio de Higienópolis
Dois dias após ser solta por xingar homem de “bicha nojenta” em shopping de SP, Adriana Catarina Ramos volta a praticar atos discriminatórios.
A jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira, de 61 anos, voltou a ser alvo de denúncia por atos de discriminação homofóbica em São Paulo, desta vez no condomínio onde reside, no bairro de Higienópolis. O episódio ocorreu nesta segunda-feira (16), apenas dois dias após ela ter sido presa por ofender um homem em um shopping da Zona Sul.

Novo boletim de ocorrência
Segundo relato do jornalismo do SBT, Adriana foi filmada no saguão do condomínio proferindo xingamentos a três homens — entre eles termos como “boiolas” e comentários explícitos sobre sexualidade, incluindo frases como “dá o c.” e “não tem pinto”.
Vídeos reforçam recriminação verbal
Imagens compartilhadas nas redes mostram a jornalista usando expressões ofensivas como “boiola depilada” e fazendo insinuações sexuais contra os vizinhos. Uma das vítimas, Gustavo Leão, afirmou:
“Hoje […] fomos vítimas de ataques homofóbicos graves dentro do nosso próprio condomínio […] ela é totalmente lúcida […] Não se trata de um surto ou desequilíbrio. Trata-se de uma postura arrogante e recorrente.”
Os vizinhos registraram boletim de ocorrência na Polícia Militar, e Adriana foi novamente levada à delegacia, sendo liberada após prestar depoimento.
Histórico recente
No último sábado (14), a jornalista foi presa em flagrante em uma cafeteria do Shopping Iguatemi, em Pinheiros (Zona Oeste), depois de chamar um homem de 39 anos de “bicha nojenta”, “pobre” e “assassino”. Ela permaneceu detida até passar por audiência de custódia no domingo (15), quando foi solta com medidas cautelares, como comparecimento mensal em juízo, proibição de frequentar o local do shopping e de sair da cidade sem permissão.
Perfil da jornalista
Adriana tem 61 anos, natural de Campinas, formada pela PUC‑Campinas, com carreira na TV (Globo, Cultura, Record) e atuação em conteúdos espirituais. É autora dos livros Uma Prova do Céu e Cartas Celestes.
Reações e repercussão
O Shopping Iguatemi se manifestou afirmando que repudia atitudes discriminatórias e que prestou apoio à vítima. Já moradores do condomínio e as vítimas afirmam que o comportamento foi “reincidente” e prometem seguir com queixa-crime na Delegacia de Polícia Civil.
Panorama legal
No Brasil, a homofobia pode ser enquadrada como crime desde 2019, com a criminalização da discriminação por orientação sexual e gênero após interpretação do STF. A jornalista, enquadrada por injúria qualificada, pode responder por danos morais, multas e até prisão, caso haja condenação.