Lindbergh acusa Eduardo Bolsonaro de “depredação simbólica” do STF nos EUA e pede bloqueio de bens de Jair Bolsonaro
Após depoimento à PF, líder do PT afirma que ações de Eduardo Bolsonaro no exterior configuram ofensiva contra instituições brasileiras e solicita medidas cautelares
Lindbergh acusa Eduardo Bolsonaro de “depredação simbólica” do STF nos EUA e pede bloqueio de bens de Jair Bolsonaro
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (2) no âmbito do inquérito que investiga a atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. Após a oitiva, Lindbergh acusou Eduardo de promover uma “depredação simbólica” do Supremo Tribunal Federal (STF) e solicitou medidas cautelares, incluindo o bloqueio dos bens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo Lindbergh, Eduardo Bolsonaro tem atuado nos EUA para descredibilizar o STF e outras instituições brasileiras, buscando sanções contra ministros da Corte, o procurador-geral da República e delegados da PF. “É uma articulação internacional para sancionar ministros do Supremo, o procurador-geral, delegados da Polícia Federal. É isso que está sendo feito aqui”, afirmou o deputado petista.
O parlamentar entregou à PF um dossiê contendo mais de 600 documentos, entre publicações, vídeos e declarações de Eduardo Bolsonaro, que, segundo ele, demonstram a tentativa de interferência nas investigações em curso no Brasil. Lindbergh argumenta que as ações do deputado licenciado configuram crimes de coação no curso do processo, obstrução de Justiça e atentado contra o Estado Democrático de Direito.
Além disso, Lindbergh solicitou o bloqueio dos bens de Jair Bolsonaro, alegando que o ex-presidente estaria financiando as ações do filho no exterior. “Na nossa avaliação, o Eduardo Bolsonaro, quando a gente fala em coação no curso do processo, quer proteger o pai dele e os envolvidos na trama golpista. É uma forma de manutenção dessa organização criminosa, fora do país”, declarou.
O inquérito foi instaurado a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e é conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. A investigação apura se Eduardo Bolsonaro cometeu crimes ao buscar sanções internacionais contra autoridades brasileiras. O ex-presidente Jair Bolsonaro também deverá prestar depoimento à PF nos próximos dias, conforme determinação do Supremo.
Lindbergh alertou para o risco de uma crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos caso autoridades brasileiras sejam sancionadas com base em informações fornecidas por Eduardo Bolsonaro. “Estamos caminhando para uma crise diplomática seríssima. Não há como o governo brasileiro ficar de ‘braços cruzados’ caso haja retaliações contra ministros do Supremo”, afirmou.