Bolsonaro admite envio de R$ 2 milhões a Eduardo nos EUA e nega irregularidades
Ex-presidente afirma que transferência foi legal e visa custear despesas do filho; Eduardo é investigado por suposta atuação contra autoridades brasileiras
Bolsonaro admite envio de R$ 2 milhões a Eduardo nos EUA e nega irregularidades
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou nesta quinta-feira (5) ter transferido R$ 2 milhões ao filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente reside nos Estados Unidos. A declaração foi feita após depoimento à Polícia Federal (PF), no âmbito do inquérito que investiga a atuação de Eduardo no exterior.

Bolsonaro afirmou que a transferência foi realizada via Pix e tem origem legal. Segundo ele, os recursos vieram dos R$ 17,2 milhões arrecadados por meio de doações de apoiadores em 2023. “Eu botei dois milhões na conta dele. Lá fora tudo é mais caro, eu tenho dois netos e ele está lá fora, eu não quero que ele passe por dificuldades”, declarou o ex-presidente.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) suspeita que Eduardo Bolsonaro esteja tentando interferir no Judiciário para beneficiar o pai, que é alvo de processos no Supremo Tribunal Federal (STF). O inquérito, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, apura possíveis crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação sobre organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Bolsonaro negou qualquer irregularidade na conduta do filho e afirmou que Eduardo tem autonomia sobre seus atos. “O trabalho que ele faz lá é pela democracia no Brasil”, disse. O ex-presidente também negou envolvimento com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que teve a prisão decretada pelo STF e está foragida. “Não botei dinheiro no Pix dela”, afirmou.
O advogado de Bolsonaro, Paulo Bueno, afirmou que não existem indícios que justifiquem o inquérito contra Eduardo. “Esse inquérito foi aberto de forma absolutamente equivocada”, declarou.
Eduardo Bolsonaro anunciou em março que tiraria licença do cargo de deputado federal para morar nos Estados Unidos, alegando “perseguições políticas” que ele e o pai estariam enfrentando no Brasil.