Motta recebe Haddad e líderes partidários em busca de acordo para evitar derrubada do IOF
Reunião na Residência Oficial da Câmara, com presença de senadores e deputados, discute alternativas tributárias para compensar a alta do IOF e impedir veto parlamentar.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos‑PB), recebeu neste domingo (8), a partir das 18h, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e líderes partidários na Residência Oficial da Câmara, em Brasília, para negociar alternativas ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e evitar sua possível revogação via Projeto de Decreto Legislativo (PDL).

O encontro ocorre após forte pressão do Congresso e do mercado financeiro, que alertam para os impactos do aumento de alíquotas, estimado para gerar cerca de R$ 20 bilhões até o fim de 2025 . Antes da reunião, o governo Lula e os presidentes da Câmara e do Senado, incluindo Davi Alcolumbre (União‑AP), haviam estabelecido o prazo de domingo para apresentar propostas alternativas.
Participantes
Além de Motta, Haddad e Alcolumbre, a reunião contou com:
- Senadores: Eduardo Braga (MDB‑AM),Omar Aziz (PSD‑AM), Cid Gomes (PSB‑CE), Efraim Filho (União‑PB)
- Deputados: José Guimarães (PT‑CE),Isnaldo Bulhões (MDB‑AL), Pedro Lucas (UB‑MA), Antônio Brito (PSD‑BA),Doutor Luizinho (PP‑RJ), Gilberto Abramo (Republicanos‑MG)
- A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) também esteve presente.
Itens em debate
- Compensação da arrecadação: Estudos para substituir os R$ 20 bilhões esperados com o IOF por outras fontes, sem depender do imposto.
- Propostas estruturais:
- Revisão de benefícios fiscais e renúncias tributárias
- Taxação sobre cartões no exterior, apostas online, criptomoedas e dividendos de estatais como BNDES e Petrobras
- Limitação de supersalários do Judiciário
- Possível ajuste no Fundeb e no BPC (Benefício de Prestação Continuada)
Pressão para definição até terça
O Congresso deu prazo até terça-feira (10), data marcada para possível votação do PDL que revoga o decreto do IOF. Motta já indicou que pautará a proposta caso não haja consenso . Ainda na quinta-feira, Haddad afirmou que projetos de lei, PEC e até MP seriam apresentados para garantir recursos sem violar a Lei de Responsabilidade Fiscal e o arcabouço fiscal.
Clima da negociação
Fontes ouvidas descrevem um ambiente tenso, com a reunião se estendendo por mais de quatro horas e sem definição clara até agora. O Legislativo demonstra maior preocupação em avaliar cuidadosamente as medidas, em vez de dar aval automático ao governo.