Terceiro mandato de Lula já acumula R$ 50 milhões em despesas com viagens ao exterior

As viagens internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu terceiro mandato já custaram aos cofres públicos mais de R$ 50 milhões, conforme revelou levantamento publicado por O Globo com base em dados obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI). Os valores referem-se aos gastos com hospedagem da comitiva presidencial e despesas logísticas entre janeiro de 2023 e maio de 2025.

Segundo o relatório, R$ 47 milhões foram desembolsados somente com hospedagem da equipe que acompanha o presidente. Outros US$ 599,8 mil — cerca de R$ 3,35 milhões na cotação atual — foram destinados à logística das viagens, como transporte e apoio operacional.

Entre os destinos mais caros, destaca-se a viagem a Moscou, em maio de 2025, durante as comemorações do Dia da Vitória, que custou R$ 1,9 milhão apenas em hospedagem. Também chamam atenção as idas a Nova York para a Assembleia-Geral da ONU: R$ 7,6 milhões em 2023 e R$ 6,4 milhões em 2024.

Em 2023, primeiro ano deste mandato, Lula visitou 24 países em quatro continentes. Apenas naquele ano, os gastos com hospedagem somaram R$ 29 milhões. Os dados de viagens mais recentes, como a da China em maio de 2025 e a atual visita à França, ainda não foram divulgados, o que indica que o montante total pode ser ainda maior.

Questionado sobre os valores, o presidente afirmou não conhecer os detalhes dos gastos, mas defendeu as viagens, argumentando que elas promovem o Brasil internacionalmente e geram oportunidades econômicas. “Aquela feira rendeu US$ 50 milhões naquela noite… Ninguém falou que a gente ganhou US$ 50 milhões”, disse Lula, em referência a encontros comerciais realizados durante suas viagens.

O Palácio do Planalto justificou que os deslocamentos fazem parte de uma estratégia para resgatar o protagonismo diplomático do Brasil e restabelecer laços internacionais prejudicados nos últimos anos.

Embora os custos levantem questionamentos sobre o uso dos recursos públicos, o governo sustenta que os resultados — como acordos comerciais e cooperação internacional — compensam os investimentos feitos.