Mais de 2 mil doses de antídoto contra metanol chegam a Guarulhos e são distribuídas aos estados
Lote emergencial de fomepizol começa a ser repassado a estados com casos de intoxicação; São Paulo receberá 288 unidades
Um lote emergencial com 2,5 mil unidades do medicamento fomepizol, usado no tratamento de intoxicações por metanol, chegou ao Brasil nesta quinta-feira (9) e começou a ser distribuído aos estados. A carga desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos e, segundo o Ministério da Saúde, 1,5 mil doses já começam a ser encaminhadas imediatamente às unidades federativas com registros de casos suspeitos e confirmados.

São Paulo, epicentro da recente crise envolvendo bebidas adulteradas, será o estado que mais receberá antídotos nesta fase inicial, com 288 ampolas destinadas a hospitais e unidades de referência. Outras regiões contempladas no primeiro envio incluem Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Piauí, Espírito Santo, Goiás, Acre, Paraíba e Rondônia.
O restante — mil unidades — será mantido em estoque estratégico nacional, para garantir agilidade no atendimento de novas emergências. A aquisição foi realizada por meio de uma parceria entre o governo brasileiro, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e o fabricante do medicamento. A importação foi autorizada excepcionalmente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), diante da escassez de antídotos e da gravidade dos casos recentes.
O fomepizol é o tratamento de primeira linha contra envenenamento por metanol, uma substância extremamente tóxica que pode provocar cegueira, falência renal e morte. Nos últimos meses, autoridades de saúde pública registraram dezenas de casos de intoxicação relacionados ao consumo de bebidas ilegais contaminadas.
Segundo especialistas, o tempo entre a ingestão da substância e o início do tratamento é decisivo para a eficácia do medicamento e a sobrevida do paciente. Por isso, o envio rápido aos estados é considerado uma medida essencial de contenção.
Além da distribuição emergencial, o Ministério da Saúde reforçou a necessidade de ampliar a fiscalização de bebidas alcoólicas em todo o país. A chegada do antídoto não encerra a crise sanitária, mas representa um alívio momentâneo para o sistema de saúde, que vinha enfrentando dificuldades para tratar os pacientes adequadamente.







