Paralisação por atraso no 13º causa caos nos terminais de ônibus de São Paulo
Greve de motoristas e cobradores trava sistema de transporte; 3,3 milhões de passageiros são afetados e rodízio é suspenso
Na tarde desta terça‑feira (9), o sistema de transporte por ônibus da cidade de São Paulo entrou em colapso depois que motoristas e cobradores decidiram paralisar os serviços em protesto pelo atraso no pagamento do 13º salário e de benefícios contratados. A paralisação resultou no recolhimento de veículos às garagens e deixou terminais inteiros sem saídas de ônibus — situação que causou filas e deixou milhões de usuários sem atendimento regular.

De acordo com o sindicato da categoria, a decisão das empresas de adiar o pagamento, previsto para o dia 12 de dezembro, foi vista como quebra de compromisso. Por volta das 16h, a ordem foi dada: os coletivos começaram a ser retirados de circulação. No Terminal Santo Amaro, na Zona Sul, por exemplo, usuários relataram ônibus estacionados sem previsão de partida. No Dom Pedro II, na região central, passageiros desceram e buscaram alternativas diante da paralisação.
O impacto foi imediato e em larga escala. Estima‑se que cerca de 3,3 milhões de passageiros foram atingidos pela falta de transporte regular, o que elevou o trânsito na cidade a níveis de recorde. Com o caos nas ruas, a Prefeitura de São Paulo suspendeu temporariamente o rodízio municipal de veículos para tentar aliviar os congestionamentos.
Em nota, a gestão municipal afirmou que os repasses previstos a empresas de ônibus estavam em dia — responsabilizando as viações pela paralisação. As empresas, por sua vez, citam desequilíbrio econômico‑financeiro dos contratos como razão para não honrar o compromisso trabalhista. Especialistas em mobilidade alertam que o atraso na revisão dos contratos de concessão teria comprometido a saúde financeira do setor, tornando o 13º mais um fator de tensão estrutural.
No meio da tarde, terminais como Grajaú, Campo Limpo e Tucuruvi já apresentavam plataformas lotadas, com passageiros aguardando ônibus que não saíam. Muitos recorreram a transporte alternativo — aplicativos de carro, vans informais — ou optaram por retornar para casa a pé, diante da incerteza sobre a volta da frota.
A entidade sindical anunciou a possibilidade de a paralisação continuar na quarta-feira (10), caso não haja garantia de pagamento imediato. A situação evidencia uma crise grave no sistema de transporte público da capital paulista, gerando prejuízos diários a trabalhadores e tornando a mobilidade urbana ainda mais vulnerável.







