Apagão após ciclone gera prejuízo milionário ao comércio da Grande São Paulo
Ventos extremos e queda de energia afetaram vendas e funcionamento de lojas, gerando perdas de R$ 51,7 milhões, segundo ACSP
O ciclone que atingiu a Grande São Paulo na última quarta-feira (10) não trouxe apenas destruição e transtornos à população, mas também um impacto expressivo na economia local. Segundo levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a falta de energia elétrica causada pelos fortes ventos resultou em um prejuízo estimado de R$ 51,7 milhões ao comércio da capital e região metropolitana.

Com rajadas que chegaram a 98 km/h e mais de 2 milhões de imóveis sem energia em seu pico, a tempestade paralisou estabelecimentos em toda a cidade, afetando diretamente as vendas e a operação de serviços essenciais. A estimativa considera o volume médio de faturamento diário do setor, especialmente em um período considerado estratégico por conta das compras de fim de ano.
Além das lojas de rua e centros comerciais, bares, restaurantes, supermercados e pequenos negócios relataram perdas de produtos perecíveis, interrupções em sistemas de pagamento e cancelamento de entregas. O fornecimento irregular de eletricidade deixou regiões inteiras no escuro por mais de 24 horas, agravando o impacto.
De acordo com o Instituto de Economia Gastão Vidigal, vinculado à ACSP, o apagão comprometeu diretamente o fluxo de clientes, eliminando as compras por impulso e desestimulando a circulação em áreas comerciais. “Essas perdas são difíceis de recuperar, especialmente para os pequenos comerciantes, que contam com a alta demanda desta época do ano”, destacou o economista Ulisses Ruiz de Gamboa.
A concessionária Enel Distribuição São Paulo, responsável pelo abastecimento de energia, ainda trabalha na normalização do serviço. Mesmo dias após a tempestade, dezenas de milhares de imóveis permaneciam sem luz. A lentidão no restabelecimento do fornecimento gerou críticas de comerciantes e consumidores, além de pressão política para uma apuração dos fatos.
A ACSP também alertou que os prejuízos podem ser ainda maiores, considerando os efeitos indiretos da paralisação, como perda de produtividade, cancelamentos de encomendas e falhas logísticas. A entidade reforça a necessidade de investimentos urgentes na infraestrutura urbana para prevenir o agravamento dos impactos causados por eventos climáticos extremos, que têm se tornado cada vez mais frequentes.
A expectativa do setor é de que o comércio consiga recuperar parte das perdas ao longo das próximas semanas, mas os danos já colocam em risco o desempenho econômico do mês de dezembro, tradicionalmente um dos mais lucrativos do ano.







