Samir Xaud é eleito novo presidente da CBF em eleição marcada por boicote de clubes
Dirigente de Roraima assume o comando da entidade máxima do futebol brasileiro com mandato até 2029
Samir Xaud é eleito novo presidente da CBF em eleição marcada por boicote de clubes
O médico e dirigente esportivo Samir de Araújo Xaud, de 41 anos, foi eleito neste domingo (25) como o novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A eleição, realizada na sede da entidade no Rio de Janeiro, foi marcada por um boicote significativo de clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Xaud assume o cargo com mandato até 2029, sucedendo Ednaldo Rodrigues, afastado por determinação judicial em maio deste ano.

Eleição com baixa participação de clubes
Apesar de ser candidato único, a eleição de Xaud contou com a participação de apenas 10 dos 40 clubes das Séries A e B. Entre os clubes ausentes estavam América-MG, Athletico, Atlético-GO, Botafogo-SP, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Cuiabá, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Mirassol, Novorizontino, São Paulo e Sport. Por outro lado, 25 das 27 federações estaduais compareceram e votaram a favor de Xaud, com exceção das federações de São Paulo e Mato Grosso.
Perfil do novo presidente
Natural de Boa Vista (RR), Samir Xaud é médico infectologista com especialização em medicina esportiva. Antes de assumir a presidência da CBF, ele atuava como gestor da Federação Roraimense de Futebol (FRF), entidade presidida por seu pai, Zeca Xaud, por mais de quatro décadas. Em janeiro de 2025, Samir foi eleito para suceder o pai na FRF a partir de 2027.
Além de sua atuação no futebol, Xaud tentou ingressar na política em duas ocasiões: em 2018, como candidato a deputado estadual pelo Partido Verde, e em 2022, como candidato a deputado federal pelo MDB, não sendo eleito em ambas as tentativas.
Desafios e promessas
Em seu discurso de posse, Xaud destacou a importância de garantir estabilidade institucional à CBF e prometeu dar autonomia total ao técnico Carlo Ancelotti, que assumirá o comando da seleção brasileira. “Precisamos dar autonomia, deixar que ele faça seu trabalho sem interferências externas”, afirmou Xaud em entrevista ao canal TNT Sports.
Entre as prioridades de sua gestão, Xaud mencionou a profissionalização da arbitragem, o desenvolvimento do futebol feminino e uma gestão equitativa que contemple todas as regiões do país.
Controvérsias
Apesar de sua eleição, Xaud enfrenta questionamentos relacionados a sua experiência e histórico profissional. Ele responde a um processo por improbidade administrativa referente à sua gestão como diretor do Hospital Geral de Roraima, acusado de participar de um esquema que teria causado prejuízo de R$ 1,4 milhão aos cofres públicos. Sua defesa nega as acusações e afirma que a inocência será comprovada no momento oportuno.