Brasil

Brasil aposta em tecnologia de RNA mensageiro para liderar produção de vacinas na América Latina

Com apoio da Fiocruz, Butantan e alianças internacionais, governo busca fortalecer capacidade de resposta a futuras pandemias.

O Brasil intensifica esforços para se firmar como referência na produção de vacinas com tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), apostando em parcerias estratégicas, ampliação de infraestrutura e cooperação internacional.

Brasil aposta em tecnologia de RNA mensageiro para liderar produção de vacinas na América Latina
Com apoio da Fiocruz, Butantan e alianças internacionais, governo busca fortalecer capacidade de resposta a futuras pandemias(Fabio Rodrigues-Pozzebom-Agência Brasil)

Em encontro da 15ª Reunião de Ministros da Saúde dos BRICS, realizado em Brasília, o ministro Alexandre Padilha destacou que o objetivo do país é “se consolidar como um dos polos de produção de vacinas da plataforma de RNA mensageiro (mRNA)”. O secretário ressaltou a rapidez e adaptabilidade desse tipo de vacina, comprovadas durante a pandemia de Covid‑19. “Mostraram uma qualidade muito impressionante e oportuna… com capacidade de se adaptar rapidamente a patógenos que possam surgir”.

Para isso, vem sendo reforçado o investimento em infraestrutura e pesquisa na Fiocruz e no Instituto Butantan, considerados entes centrais na estratégia nacional. Além disso, o Ministério da Saúde tem realçado que a tecnologia mRNA não altera o DNA, não afeta a reprodução e é eliminada pelo corpo após estimular a resposta imunológica.

Na esfera internacional, o Brasil busca cooperação com outros países do BRICS. Segundo Padilha, uma parceria estratégica com a China e empresas chinesas fortalece a aliança dos polos latino-americanos de mRNA .

Em contraste, o ministro criticou medidas adotadas nos Estados Unidos, que teriam cancelado contratos e cortado verba em pesquisas sobre vacinas mRNA/biotecnologia: “uma situação absurda”. Ele afirmou que, enquanto isso, no BRICS o investimento próprio em ciência está avançando.

Contexto internacional e histórico

Desde 2021, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) informou que centros brasileiros – como o Bio‑Manguinhos da Fiocruz – foram escolhidos como hubs regionais para transferência tecnológica de vacinas mRNA, recendo treinamento e suporte.

A Iniciativa de Transferência de Tecnologia de Vacinas mRNA, coordenada pela OMS, OPAS e Medicines Patent Pool, visa justamente fortalecer capacidades locais de produção em países de média e baixa renda. No continente americano, o Brasil e a Argentina são os polos centrais.

Oportunidades e desafios

  • Competitividade e autonomia: aumentar a produção nacional reduz dependência de importações e eleva a competitividade frente a consórcios internacionais.
  • Segurança sanitária: garantir capacidade de resposta rápida a futuras pandemias com vacinas adaptáveis.
  • Recursos e capacitação: necessidade de mais laboratórios, profissionais qualificados e investimentos contínuos.
  • Ações governamentais: apoio político e financeiro sustentável será determinante para viabilizar a infraestrutura e fomentar pesquisa aplicada.

0 0 votos
Avalie o artigo

Se inscrever
Notificar de

0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários

Mais desta categoria

Botão Voltar ao topo
0
Está gostando do conteúdo? Comente!x
Fechar

Bloqueador de anúncios

Não bloqueie os anúncios