Manifestação em Brasília cobra acesso a tratamento para câncer de mama no SUS
Pacientes e Femama pedem liberação de medicamentos aprovados no protocolo, mas ainda não disponíveis na rede pública
Pacientes oncológicas e representantes da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) realizaram nesta quarta-feira (9), em frente ao Ministério da Saúde, uma manifestação exigindo o acesso imediato a tratamentos avançados para câncer de mama metastático já incluídos no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do SUS, mas ainda sem oferta na rede pública.

O protesto integra a campanha PCDT Rosa: quantos passos faltam?, que destaca o longo caminho entre a aprovação dos novos medicamentos e sua efetiva disponibilidade. Embora o protocolo tenha sido publicado em dezembro de 2024, seis meses depois o acesso a inibidores de ciclina e ao trastuzumabe entansina permanece inexistente no SUS.
A coordenadora de comunicação da Femama, Mely Paredes, declarou que o PCDT foi elaborado justamente para padronizar o cuidado oncológico e regulamentar todas as linhas de tratamento, incluindo as medicações aprovadas desde 2021 e 2022. No entanto, ela enfatizou que “a efetividade de uma política pública reside na disponibilização integral ao paciente de tudo aquilo que a regulamentação estabelece”.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimam cerca de 74 mil novos casos da doença por ano no Brasil, sendo que 75% da população depende exclusivamente do SUS. As demandas por tratamentos mais eficazes — que podem prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida das pacientes — têm sido reforçadas por audiências legislativas e propostas de antecipação da mamografia para mulheres a partir dos 40 anos, destaque no Congresso por parlamentares como o senador Plínio Valério.







