Governo de SP retoma demolição de moradias desocupadas na Favela do Moinho
Ação da SDUH, em parceria com CDHU, Subprefeitura Sé e Defesa Civil, visa prevenir novos riscos e avançar no reassentamento das famílias
O Governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH), retomou nesta terça-feira (13) a desmontagem de moradias desocupadas na Favela do Moinho, no centro da capital. A ação ocorre com a anuência da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), formalizada em ofício enviado à SDUH.
Os trabalhos de demolição, iniciados na segunda-feira (12), atingiram inicialmente seis casas em situação estrutural precária, com risco iminente de desabamento. A operação é conduzida em conjunto pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), Subprefeitura Sé e Defesa Civil.
Além de mitigar riscos à segurança, a iniciativa busca evitar reocupações ilegais, já que as soluções paliativas, como o emparedamento de imóveis, mostraram-se ineficazes — algumas construções chegaram a ser reocupadas após terem muros derrubados.
Desde o início da ação de reassentamento, em 22 de abril, 168 famílias já foram realocadas. Ao todo, 752 famílias (88% do total) aderiram ao projeto. Destas, 599 estão habilitadas para assinatura de contratos e entrega de chaves, enquanto 548 já escolheram seus novos lares ou optaram pela Carta de Crédito Individual.
O reassentamento prevê duas modalidades: Carta de Crédito Associativa (CCA), que acelera a entrega de novas unidades habitacionais, e Carta de Crédito Individual, permitindo aos beneficiários escolherem imóveis no mercado. Os valores limites são de R$ 250 mil para imóveis na região central e R$ 200 mil para outras localidades do Estado.
Combate à criminalidade
Paralelamente, a Favela do Moinho é alvo de operações de segurança pública devido à sua importância estratégica para o tráfico de drogas. Investigações apontam o local como entreposto do crime organizado na capital. Na recente Operação Salus et Dignitas, o Gaeco denunciou 11 pessoas por crimes como tráfico de drogas, lavagem de capitais e participação em organização criminosa.
A ação desmantelou um sofisticado sistema de interceptação de sinais de telecomunicações, utilizado pelos criminosos para monitorar a movimentação policial. Entre os presos está Leonardo Monteiro Moja, o “Leo do Moinho”, líder do PCC, detido na Praia Grande e apontado como proprietário de hotéis e estabelecimentos usados para o tráfico no centro da cidade.
As operações fazem parte de um esforço contínuo das forças de segurança para devolver dignidade e segurança à região, historicamente marcada por incêndios, precariedade habitacional e vulnerabilidade social.