Desocupação da Favela do Moinho completa 30 dias com apenas 25% das famílias realocadas
Processo de remoção avança sob críticas e denúncias de irregularidades; governo oferece subsídios e auxílio-aluguel às famílias afetadas
Desocupação da Favela do Moinho completa 30 dias; cerca de 25% das famílias já deixaram local
Processo de remoção avança em meio a tensões e críticas sobre atendimento habitacional
A desocupação da Favela do Moinho, localizada na região central de São Paulo, completou 30 dias nesta quinta-feira (22). Segundo estimativas da Prefeitura, aproximadamente 25% das cerca de 900 famílias residentes já deixaram o local. A remoção, iniciada em 22 de abril, integra um projeto de requalificação urbana que prevê a transformação da área em um parque público e a construção de uma nova estação da CPTM.

Acordo entre governos e subsídios habitacionais
Em resposta às críticas sobre a condução da desocupação, os governos federal e estadual firmaram um acordo para oferecer subsídios habitacionais às famílias afetadas. Cada núcleo familiar poderá receber até R$ 250 mil para aquisição de imóvel, sendo R$ 180 mil provenientes do programa Minha Casa, Minha Vida e R$ 70 mil do programa estadual Casa Paulista. Além disso, foi estabelecido um auxílio-aluguel de R$ 1.200 mensais durante o período de transição para a nova moradia.
Impactos econômicos e sociais
A saída das famílias tem gerado impactos significativos na economia local. Comerciantes da região relatam queda nas vendas e dificuldades para manter os negócios. Para mitigar os efeitos, a Prefeitura anunciou um programa de auxílio financeiro de até R$ 60 mil para os comerciantes cadastrados, visando apoiar a continuidade das atividades comerciais durante o processo de desocupação.
Críticas e denúncias de irregularidades
Entidades de defesa dos direitos humanos e moradores têm criticado a forma como a desocupação está sendo conduzida. Relatos apontam para demolições realizadas sem aviso prévio e uso excessivo da força por parte da Polícia Militar. Em 12 de maio, durante uma reunião entre lideranças comunitárias e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), seis casas foram demolidas, gerando protestos e bloqueios nas linhas da CPTM.
Além disso, há preocupações sobre a adequação das propostas habitacionais oferecidas. Segundo o LabCidade, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, cerca de 25% das famílias da Favela do Moinho possuem renda de até um salário mínimo, o que pode dificultar o acesso aos programas de habitação propostos.