Mais de 200 famílias deixam a Favela do Moinho após início de reassentamento em SP
Plano de reassentamento voluntário já tem adesão de quase 90% das famílias; governo oferece opções de moradia e auxílio até entrega dos imóveis
Um mês após o início do plano de reassentamento voluntário da Favela do Moinho, na região central de São Paulo, 216 famílias já deixaram a comunidade para viver em moradias dignas e seguras. O número representa 25% do total de 854 famílias cadastradas pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), que conduz o processo em parceria com o Governo do Estado e, mais recentemente, com o Ministério das Cidades.

As famílias podem optar por 25 empreendimentos habitacionais — entre prontos, em construção ou em fase inicial de obras. Também há a alternativa de buscar um imóvel por conta própria, desde que esteja dentro dos parâmetros do programa: valor de até R$ 250 mil, com 100% de subsídio para famílias com renda mensal de até R$ 4,7 mil.
Quem escolhe moradias ainda não finalizadas recebe um caução de R$ 2,4 mil para aluguel temporário e, a partir do mês seguinte, auxílio-moradia de R$ 1,2 mil mensais. O apoio é válido inclusive para moradores que já haviam assinado contrato antes do anúncio da parceria com o Ministério das Cidades. Uma portaria do Ministério deve ser publicada nos próximos dias para formalizar as regras da operação.
Além da moradia, as famílias reassentadas recebem apoio logístico: caminhão de mudança, equipe especializada para desmontar e transportar móveis e vans para levá-las ao novo endereço. Após a saída das famílias, a CDHU descaracteriza os imóveis desocupados para evitar reocupações.
Adesão voluntária e apoio da comunidade
Até agora, 757 famílias (89%) já aderiram voluntariamente ao programa. Dessas, 609 já estão habilitadas para assinar contrato e seguir para as novas residências conforme a liberação dos imóveis.
O plano foi construído com base em diálogo com a comunidade, iniciado em setembro de 2023. Foram realizadas 13 reuniões coletivas, com participação da Defensoria Pública, representantes da Superintendência do Patrimônio da União, Prefeitura e lideranças locais. Após o cadastramento porta a porta feito por uma equipe social, a CDHU instalou um escritório de atendimento na Rua Barão de Limeira, nas proximidades do Moinho. O espaço serviu de base para esclarecer dúvidas, apresentar imóveis disponíveis e coletar documentos. Mais de 2 mil atendimentos individuais foram realizados.
O reassentamento da Favela do Moinho é uma ação estruturada de habitação e dignidade, focada em retirar famílias de áreas de risco, historicamente marcadas por insalubridade e vulnerabilidade social.