Inflação desacelera: IPCA registra 0,26% em maio, aponta IBGE
Desaceleração em alimentos e transportes, compensada pela alta da energia; índice anualizado fica em 5,32%, acima da meta.
Na manhã desta terça-feira (10), o IBGE divulgou os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): a inflação de maio desacelerou a 0,26%, recuando 0,17 ponto percentual em relação aos 0,43% registrados em abril.

O resultado ficou abaixo da expectativa do mercado, que esperava 0,33% . No acumulado nos últimos 12 meses, a inflação oficial foi de 5,32%, acima do teto da meta (4,5%) e ainda distante do centro (3%).
Principais destaques do mês
- Habitação subiu 1,19%, com a energia elétrica residencial registrando alta de 3,62% devido à bandeira tarifária amarela (+R$ 1,885 por 100 kWh), impacto de 0,18 p.p. no índice geral.
- Alimentação e bebidas desacelerou de 0,82% para 0,17%, com destaque para deflação no tomate (-13,5%), arroz (-4%) e ovo (-4%).
- Transportes apresentou deflação de 0,37%, puxada por queda de passagens aéreas (-11,3%) e combustíveis (-0,72%).
Apesar da queda na taxa mensal, analistas alertam que as pressões inflacionárias seguem disseminadas, principalmente entre os serviços essenciais.
Esse cenário chega poucos dias antes da próxima reunião do Copom (17‑18 de junho), após o BC ter elevado a Selic para 14,75% em maio como tentativa de controlar a inflação.
Panorama econômico
A desaceleração do IPCA decorreu da combinação entre a moderação de alimentos e transportes — que juntos representam cerca de 57% do índice — e os efeitos pontuais da tarifa de energia, dentro de um contexto de expectativa mais cautelosa do Banco Central.
No acumulado do ano, o índice está em 2,75%, indicando progresso, mas o índice de 12 meses permanece acima do teto da meta, exigindo atenção da autoridade monetária.