Economia

Petrobras e Chevron lideram leilão da ANP com foco na Foz do Amazonas

Maior parte dos blocos arrematados fica na Margem Equatorial; disputa bilionária ocorre em meio a protestos e críticas de ambientalistas e povos indígenas

O leilão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado nesta terça-feira (17), terminou com a arrematação de 34 blocos exploratórios, dos 172 ofertados em cinco bacias sedimentares do país. O destaque foi a região da Foz do Amazonas, na chamada Margem Equatorial, onde 19 blocos foram adquiridos por grandes petroleiras.

Petrobras e Chevron lideram leilão da ANP com foco na Foz do Amazonas
Maior parte dos blocos arrematados fica na Margem Equatorial; disputa bilionária ocorre em meio a protestos e críticas de ambientalistas e povos indígenas(Saulo Cruz-MME)

A arrecadação total chegou a R$ 989,2 milhões em bônus de assinatura, com um ágio médio de 534% em relação ao valor mínimo exigido. O investimento mínimo previsto para a fase inicial de exploração é de R$ 1,45 bilhão.

Na Foz do Amazonas, a área com maior disputa, a arrecadação somou R$ 844,4 milhões, cerca de 85% do total. Entre os principais consórcios vencedores estão a Petrobras em parceria com a ExxonMobil e a Chevron ao lado da estatal chinesa CNPC. Alguns blocos registraram ágio superior a 1.200%.

Além da Foz do Amazonas, houve blocos arrematados nas bacias de Santos (11 blocos), Pelotas (3 blocos) e Parecis (1 bloco). A Bacia Potiguar terminou sem interessados.

Entre as nove empresas que participaram do leilão, além da Petrobras, destacaram-se multinacionais como Chevron, ExxonMobil, Shell, Equinor e CNPC. Uma das novidades foi a participação da Dillianz, estreante nesse tipo de certame.

O resultado foi acompanhado de perto por ambientalistas, lideranças indígenas e organizações da sociedade civil, que realizaram protestos em frente ao hotel onde ocorreu o leilão, no Rio de Janeiro. Entre as faixas exibidas estavam mensagens como “Parem o Leilão do Juízo Final” e críticas à exploração de petróleo na região da Amazônia.

A proximidade do leilão com o anúncio da realização da COP-30 em Belém, prevista para 2025, intensificou as críticas. Representantes de povos indígenas, como Tapayuna, Oiapoque e Huni Kui, denunciaram a ameaça a territórios sagrados e ecossistemas sensíveis como recifes de corais e manguezais.

Em resposta, a diretora-geral da ANP, Patrícia Baran, destacou o sucesso do modelo de oferta permanente e o interesse do setor privado, reforçando o compromisso da agência com a segurança ambiental. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e responsabilidade ambiental.

Agora, as empresas vencedoras têm até 9 de julho para apresentar documentação de qualificação. A assinatura dos contratos está prevista para 28 de novembro. A ANP também anunciou o próximo ciclo de partilha de produção no pré-sal, programado para 22 de outubro.

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