Economia

Governo edita MP para evitar aumento na conta de luz após derrubada de vetos

Medida provisória fixa teto para subsídios da CDE, cria encargo às distribuidoras e incentiva PCHs para conter impacto nos brasileiros

Uma Medida Provisória (MP 1.304/2025), publicada em 11 de julho, busca limitar o aumento da conta de luz decorrente da derrubada dos vetos à Lei das Eólicas Offshore pelo Congresso. A iniciativa fixa um teto para os subsídios da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) a partir de 2026. Caso os limites sejam ultrapassados, o excesso será coberto por meio do novo Encargo de Complemento de Recursos (ECR), pago gradualmente pelas distribuidoras, geradoras e comercializadoras, sem atingir consumidores de baixa renda ou beneficiários de programas como Tarifa Social.

Governo edita MP para evitar aumento na conta de luz após derrubada de vetos
Medida provisória fixa teto para subsídios da CDE, cria encargo às distribuidoras e incentiva PCHs para conter impacto nos brasileiros(Fábio Rodrigues Pozzebom-Agência Brasil)

A medida substitui também a contratação compulsória de termelétricas — prevista nos “jabutis” da lei — por pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Estão previstos leilões para contratação de até 3 GW por meio de leilões de reserva de capacidade até o início de 2026, com operação iniciando entre 2032 e 2034, além de possível extensão em até 1,9 GW conforme avaliação do CNPE.

Além disso, a MP aprofunda a regulação do gás natural, atribuindo ao CNPE a atribuição de definir tarifas e condições de acesso à infraestrutura da PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A.), com o intuito de reduzir custos para setores industriais como fertilizantes e siderurgia.

A MP tem validade de 120 dias e precisa ser aprovada pelo Congresso para vigorar. O objetivo é evitar que as rubricas acima aumentem o custo de energia em até R$ 35 bilhões por ano, evitando que tal impacto recaia sobre os consumidores, preservando a sustentabilidade do setor e a competitividade energética do país.

Contexto e impactos:

  • A CDE financia políticas como universalização do acesso, tarifa social e apoio a distribuidoras.
  • O ECR entrará em vigor progressivamente: 50% em 2027 e 100% em 2028, sem impactar o programa “Luz para Todos”.
  • A priorização de PCHs visa evitar aumento de fontes pesadas, baratear a matriz e cumprir critérios técnicos.
  • A ampliação da regulação do gás reequilibra o acesso industrial e potencialmente reduz custos pelo CNPE.

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