Caso VaideBet: Justiça transforma Augusto Melo e ex-dirigentes do Corinthians em réus
MP-SP denuncia quatro por associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto, e pede indenização de R$ 40 milhões ao clube
A Justiça de São Paulo aceitou nesta terça-feira (22) a denúncia do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) no chamado “Caso VaideBet”, transformando em réus o presidente afastado do Corinthians, Augusto Melo, os ex-dirigentes Marcelo Mariano e Sérgio Moura, e o empresário Alex Cassundé, além dos empresários Victor Henrique de Shimada e Ulisses de Souza Jorge.

Eles são acusados pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto qualificado, em um esquema relacionado ao patrocínio da VaideBet, fechado em janeiro de 2024 e rescindido meses depois por indícios de desvio via empresas de fachada.
O MP-SP pleiteia, ainda, que os réus paguem R$ 40 milhões em indenização ao clube, com pedido de bloqueio de bens para garantir futura reparação.
De acordo com a denúncia, parte dos recursos do patrocínio — mais de R$ 1 milhão — passado pela VaideBet foi repassado à “Rede Social Media Design” (empresa de Cassundé), que recebeu R$ 1,4 milhão, e depois transferido via outras empresas até a UJ Football, supostamente para custear campanha eleitoral no clube. Há indícios de uso de empresas “fantasmas” para lavagem e ocultação dos valores.
Os acusados se defendem alegando inocência e ressaltam que o recebimento da denúncia é apenas uma etapa formal do processo; a defesa de Augusto Melo critica o acesso de dados sem autorização judicial e anuncia habeas corpus, afirmando que o caso envolve competência federal mais adequada.
Com a denúncia aceita, começa agora a fase processual: ouvimentos, produção de provas e audiências devem ser agendados nos próximos dias. A Justiça ainda analisará os pedidos de bloqueio de bens e o andamento da indenização.