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Trump afirma que EUA atacaram barco venezuelano com drogas no Caribe

Presidente dos Estados Unidos diz que operação militar resultou na morte de 11 suspeitos ligados à gangue Tren de Aragua

Em declaração feita nesta terça-feira (2), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que uma embarcação supostamente envolvida no tráfico de drogas e vinda da Venezuela foi alvejada por forças militares americanas no sul do Caribe. Segundo Trump, o ataque ocorreu em águas internacionais e resultou na morte de 11 pessoas identificadas como membros da gangue Tren de Aragua, organização criminosa transnacional com origem na Venezuela.

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Presidente Donald Trump afirma que um “barco transportando drogas” foi atingido em águas internacionais no Caribe(@WhiteHouse – Fotos Públicas)

O anúncio foi feito no Salão Oval, onde Trump classificou a operação como um sucesso no combate ao que chamou de “narcoterrorismo”. A ofensiva militar, de acordo com o presidente, teria sido motivada por informações de inteligência que indicavam a movimentação de drogas em direção ao território norte-americano. Um vídeo divulgado pelo próprio Trump em sua rede social Truth Social mostra o momento em que um barco rápido — conhecido como “go-fast boat” — é atingido por disparos e explode. As imagens, ainda não verificadas de forma independente, teriam sido captadas por drones das Forças Armadas dos EUA.

O secretário de Estado Marco Rubio confirmou a ação, acrescentando que a operação mirava integrantes de uma organização narcoterrorista já designada pelo governo americano. A medida, no entanto, elevou a tensão diplomática entre Washington e Caracas. O governo venezuelano, liderado por Nicolás Maduro, emitiu um comunicado alertando que qualquer agressão direta contra o país será respondida com força, e mobilizou unidades militares e milícias civis em diferentes pontos estratégicos da costa.

Especialistas em relações internacionais e direito internacional manifestaram preocupação com os desdobramentos do ataque. Para analistas ouvidos pela imprensa americana, o uso da força militar em águas internacionais, sem consulta a organismos multilaterais ou autorização de instâncias internacionais, pode violar princípios de soberania e representar um precedente perigoso. Há ainda questionamentos sobre a veracidade das informações que motivaram a ofensiva e sobre a forma como os supostos integrantes da Tren de Aragua foram identificados.

A operação também ocorre em meio a uma crescente presença militar dos Estados Unidos no Caribe. Segundo fontes do Pentágono, navios de guerra e ao menos um submarino nuclear estão posicionados na região como parte de uma estratégia de dissuasão. A escalada ocorre enquanto o governo Trump intensifica sua retórica contra o regime de Maduro e reforça sua política externa baseada no combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado transnacional.

Embora a administração americana defenda a ação como necessária e legítima, críticos apontam que ela pode agravar ainda mais a instabilidade regional e comprometer esforços diplomáticos. A falta de transparência sobre os critérios usados para definir o alvo e o perfil das vítimas amplia as incertezas sobre o impacto e as implicações jurídicas da ofensiva.

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