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Trump ameaça atacar países que enviarem drogas aos EUA

Presidente dos Estados Unidos endurece discurso e diz que qualquer nação envolvida no tráfico pode ser alvo de ação militar

Em um discurso que eleva a temperatura da política externa dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump declarou nesta terça-feira (2) que qualquer país envolvido no tráfico de drogas para o território norte-americano poderá ser alvo de ação militar. A declaração, feita durante uma reunião em Washington, não se restringiu a adversários diplomáticos históricos como a Venezuela — e abriu a possibilidade de ofensivas contra aliados estratégicos na América Latina.

Trump ameaça atacar países que enviarem drogas aos EUA
Trump ameaça atacar países envolvidos no tráfico de drogas para os EUA(Divulgação – Casa Branca)

“Se um país está produzindo e enviando drogas para os Estados Unidos, está agredindo nossa população. E nós temos o direito de reagir — com força, se necessário”, afirmou Trump, diante de sua equipe de segurança nacional.

O presidente dos EUA mencionou diretamente a Colômbia, tradicional parceira em operações antinarcóticos, como um exemplo de nação que precisa “fazer mais” para conter a produção de cocaína. Segundo ele, a complacência ou a incapacidade de governos estrangeiros para frear a ação de cartéis será interpretada como uma ameaça direta à segurança nacional americana.

As declarações marcam um novo estágio na abordagem do combate internacional ao narcotráfico adotada por Washington. Trump afirmou que “ataques em terra” a estruturas de produção e transporte de drogas em outros países já estão sendo considerados, e que as forças americanas têm “as coordenadas e os meios” para agir em breve.

Na prática, o presidente sinaliza uma possível ruptura com décadas de estratégias diplomáticas baseadas em cooperação bilateral e assistência técnica, substituindo o modelo por uma política de dissuasão baseada em força militar.

A resposta da comunidade internacional não tardou. O governo da Colômbia classificou a declaração como “inadmissível” e alertou que qualquer incursão militar em seu território será considerada uma violação da soberania nacional. Na Venezuela, o governo de Nicolás Maduro acusou os EUA de utilizarem o combate às drogas como pretexto para intervenção.

Especialistas em relações internacionais alertam que a escalada retórica pode prejudicar os mecanismos multilaterais de enfrentamento ao tráfico, além de provocar instabilidade diplomática e militar na região. Para analistas, a eficácia de ataques unilaterais contra países produtores é altamente questionável — e os riscos de represálias políticas e humanitárias são reais.

Ainda assim, a fala de Trump parece ser dirigida também ao público interno. Com a crise do fentanil e outras drogas sintéticas causando milhares de mortes anuais nos EUA, o governo busca mostrar firmeza diante do problema, mesmo que para isso precise tensionar relações com países vizinhos.

No cenário atual, a possibilidade de ação militar contra nações envolvidas com o tráfico internacional de drogas, antes remota, agora passa a ser uma variável concreta na política externa americana — com consequências imprevisíveis para o continente.

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