Cumbica: Quadrilha tentou apagar digitais em carros
Por Daniel Mello
- Rendimento médio dos brasileiros atinge recorde de R$ 3.270 no 4º trimestre de 2024Segundo o Dieese, valor é o mais alto já registrado, mas desigualdade segue sendo desafio.
- Homens armados roubam farmácia na Vila da Saúde, zona sul de São PauloTrio invade drogaria na noite de quinta (12), leva mercadorias e foge antes da chegada da PM; SSP-SP investiga.
- Futuro da tecnologia: O que esperar agora?Descubra o futuro da tecnologia e saiba o que esperar agora. Quais inovações vão mudar nossas vidas? Venha explorar as possibilidades incríveis!
- STF mantém, por unanimidade, condenação de mulher que escreveu “perdeu, mané” em estátua da JustiçaPrimeira Turma rejeita recurso de Débora Rodrigues, mantendo pena de 14 anos por participação nos atos de 8 de janeiro.
- Moraes determina que Meta envie dados de perfis atribuídos a Mauro Cid em caso sobre delaçãoDecisão atende pedido da defesa de Cid após reportagem apontar suposto vazamento de informações sigilosas da colaboração premiada

Ao menos dez pessoas participaram do roubo de uma carga de ouro ontem (25), no Aeroporto Internacional de Guarulhos, segundo o delegado responsável pelo caso, João Carlos Hueb.
Os criminosos levaram 718,9 quilos de ouro que valem, segundo a polícia, mais de R$ 100 milhões.
“É uma quadrilha bem organizada, que conhece meios de investigação. Não foi, com certeza, o primeiro roubo deles”, ressaltou hoje (26) o delegado ao detalhar a ação da quadrilha. De acordo com Hueb, os ladrões estiveram todo o tempo com o rosto coberto e tentaram apagar as digitais dos carros usados no crime. Até o momento foram ouvidas nove testemunhas.
O roubo
O grupo chegou ontem (25) ao aeroporto por volta das 14h30 em dois carros disfarçados de viaturas da Polícia Federal. Fortemente armados, renderam os funcionários que faziam a manipulação da carga e os obrigaram a transferir o ouro para uma das caminhonetes. A entrada dos ladrões foi facilitada por um supervisor de logística que havia sido rendido na noite anterior.
Na manhã de quarta-feira (24), o funcionário foi fechado no trânsito em quanto levava a esposa ao trabalho, na região da Avenida Jacu-Pêssego, zona leste paulistana. A ação foi feita por um veículo caracterizado de ambulância, de onde desceu um criminoso que rendeu o supervisor e obrigou a mulher a entrar no veículo usado pelos criminosos. O ladrão explicou que a esposa permaneceria como refém e ele seria obrigado a auxiliar o grupo no roubo.
No final daquela tarde, o funcionário teve um novo encontro com os criminosos, quando foi levado à própria casa e teve toda a família feita de refém: a sogra, o cunhado, a cunhada, os dois filhos e uma criança da vizinhança. No dia seguinte, na quinta-feira (25), ele foi levado junto com os criminosos para realizar a ação. De acordo com o depoimento do supervisor, o grupo já sabia da chegada da carga de ouro ao aeroporto. O metal, dividido em 31 malotes, tinha como destino Nova York, nos Estados Unidos, e Toronto, no Canadá.
Após a ação no aeroporto, o grupo foi até um estacionamento em São Miguel Paulista, zona leste da capital, onde transferiu o ouro para outros dois carros encontrados pela polícia. Nenhum dos veículos usados no crime consta como roubado. A polícia suspeita que tenham sido comprados no interior do estado por meio de fraudes. Outros dois veículos também foram abandonados pelos ladrões e não se sabe como o ouro foi transportado a partir de então.
Depois do roubo, a esposa do supervisor foi liberada em Itaquaquecetuba, município da parte leste da Grande São Paulo. O funcionário também foi libertado ileso.
Segundo o delegado, o ouro provavelmente atraiu a atenção dos bandidos pela facilidade de comercialização.
“Eles conseguem derreter esse ouro e tirar a procedência ilícita e transformar mais uma vez”, disse.