Dois policiais militares são condenados por formação de milícia no Brás
Cabo e sargento extorquiam comerciantes com cobranças semanais e anuais; penas variam entre 3 e 6 anos de prisão
A Justiça Militar de São Paulo condenou dois policiais militares por formação de milícia que extorquia comerciantes na região do Brás, centro da capital paulista. O cabo José Renato Silva de Oliveira recebeu pena de 6 anos, 2 meses e 12 dias de prisão em regime semiaberto, enquanto a sargento Lucia Ferreira de Oliveira foi sentenciada a 3 anos, 7 meses e 6 dias em regime aberto.
As condenações são resultado da Operação Aurora, deflagrada em dezembro de 2024 pelo Ministério Público e pelas corregedorias das polícias Civil e Militar. A investigação revelou que os policiais exigiam pagamentos semanais de R$ 200 a R$ 300 e uma taxa anual de até R$ 15 mil de comerciantes, principalmente imigrantes e vendedores ambulantes, para permitir que trabalhassem nas ruas do Brás.
Em casos de inadimplência, os comerciantes eram coagidos a fazer empréstimos com agiotas ligados ao esquema, que aplicavam juros abusivos. A cobrança, quando não era paga, resultava em agressões físicas e intimidações feitas pelos próprios policiais
Outros dois policiais militares envolvidos no caso, o 1º sargento Wellington Stefani e o 2º sargento Humberto de Almeida Batista, tiveram seus processos encaminhados para a Justiça comum, após empate na votação dos juízes da Justiça Militar
A defesa dos condenados informou que irá recorrer das sentenças, alegando nulidades no processo e insuficiência de provas.