Onda de vandalismo atinge mais de 590 ônibus em SP em menos de dois meses
Depredações se espalham pela capital e interior, com 900 veículos fora de circulação e 24 presos até agora
O estado de São Paulo vive uma escalada de violência urbana: entre 12 de junho e 2 de agosto de 2025, foram registrados 591 ataques a ônibus, o que equivale a uma média de 11 ocorrências por dia, segundo dados oficiais divulgados pela segurança pública estadual. As ações de vandalismo começaram na capital, espalharam-se pela Grande São Paulo e chegaram ao litoral. Em razão dos vandalismos, aproximadamente 900 veículos foram retirados de circulação, muitos deles com vidros estilhaçados, comprometendo o transporte e gerando prejuízos públicos significativos.

A repercussão social reflete na sensação de medo dos passageiros: relatos de trabalhadores e cidadãos comuns apontam o receio de sair de casa e não conseguir retornar em segurança. A prefeitura da capital já mobilizou cerca de 200 agentes da Guarda Civil Metropolitana para atuar em dupla dentro dos ônibus e escoltar os coletivos durante o trajeto.
Até o momento, 24 pessoas foram presas, incluindo um homem flagrado tentando danificar ônibus na zona sul. A Polícia Civil ainda não confirmou se há conexão entre os ataques, mas investigações apontam hipóteses como desafios digitais, disputas corporativas no setor de transporte e até possíveis infiltrações de influenciadores ou funcionários públicos envolvidos nos episódios.
Uma das operações de destaque sob investigação é a “Operação Impacto – Proteção a Coletivos”, iniciada em 3 de julho pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e ampliada em Osasco como “Mega Operação Impacto”. Até então, não foi identificado padrão claro de atuação ou coordenação central.
Apesar de a frequência diária começar a cair em agosto, ainda há espionagem e apreensão por parte da população: dias de pico registraram até mais de 50 ônibus depredados em menos de 24 horas. Mesmo com a implantação de patrulhamento intensivo da Polícia Militar e reforço de viaturas em pontos-chave, a população segue alarmada com a continuidade dos crimes e a falta de esclarecimento sobre seus causadores.
Especialistas em segurança pública avaliam ser alto o risco de que esses atos estejam sendo cometidos com finalidades individuais ou simbólicas, sem ligação com facções tradicionais, o que dificulta o entendimento e o enfrentamento coordenado da crise. A situação permanece com forte impacto no transporte coletivo, que atende milhões de passageiros todos os dias, e desafia autoridades a identificar claramente os responsáveis e encerrar essa onda de violência urbana gravíssima.







