Polícia

Confronto entre facções e polícia no Rio deixa 64 mortos e fecha vias na capital

Complexos do Alemão e da Penha foram palco de intensa troca de tiros entre forças de segurança e traficantes da facção Comando Vermelho

A terça-feira (28) marcou um dos episódios mais violentos da história recente da segurança pública no Rio de Janeiro. Uma megaoperação realizada pelas forças de segurança estaduais, com apoio de helicópteros e blindados, deixou ao menos 64 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, zonas de forte atuação da facção Comando Vermelho. A ação foi considerada a mais letal do ano — e uma das mais sangrentas da história do estado — superando, em números, outras operações marcadas por confrontos intensos, como a de Vila Cruzeiro em 2022.

Confronto entre facções e polícia no Rio deixa 64 mortos e fecha vias na capital
Rio vive dia de caos com dezenas de mortes, barricadas e ruas interditadas em meio à ofensiva contra o crime organizado(Fernando Frazão – Agência Brasil)

Segundo autoridades locais, o objetivo da operação era desmantelar núcleos armados que estariam preparando ofensivas contra rivais e contra agentes do Estado. Entre os mortos confirmados estão quatro policiais, sendo dois civis e dois do Batalhão de Operações Especiais (BOPE). A Secretaria de Segurança Pública afirmou que mais de 75 fuzis foram apreendidos, além de pistolas, munições, explosivos e veículos roubados. Os confrontos começaram ainda durante a madrugada e se estenderam ao longo do dia, provocando pânico nas comunidades e paralisando a rotina da capital fluminense.

Moradores relataram tiroteios ininterruptos, helicópteros sobrevoando as casas a baixa altitude e bloqueios de vias com barricadas de fogo erguidas por criminosos. Linhas expressas como a Avenida Brasil e a Linha Amarela foram interditadas por horas. O transporte público também foi afetado, com ônibus desviando rotas e estações do metrô operando de forma parcial.

O governador Cláudio Castro (PL-RJ) defendeu a operação, dizendo que a ofensiva era necessária diante da crescente ousadia do crime organizado. Ele, no entanto, criticou a falta de apoio do governo federal e cobrou mais presença das Forças Armadas e da inteligência nacional para dar suporte às ações de combate às facções no estado. A ação foi duramente criticada por organizações de direitos humanos e especialistas em segurança pública, que questionam a alta letalidade e a ausência de planejamento para proteção de civis. Para alguns analistas, o modelo atual de enfrentamento direto, sem estratégia de ocupação social ou continuidade, tem produzido apenas ciclos de violência, com alto custo humano e pouca efetividade a longo prazo.

A operação reacende o debate sobre os limites e consequências da chamada “guerra às drogas”, que há décadas molda as ações das forças de segurança no Rio de Janeiro. Para além das estatísticas de mortos e armas apreendidas, fica o questionamento sobre o impacto real dessas operações para a redução da criminalidade e a segurança dos moradores das favelas, que continuam sendo os mais afetados por confrontos armados, interrupções de serviços e ausência de políticas públicas sustentáveis.

Em meio à escalada da violência urbana, a megaoperação desta terça-feira entra para a história como mais um capítulo trágico no combate ao crime organizado no Rio — e como mais um alerta para a urgência de repensar o modelo de segurança pública no Brasil.

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Pena pelos políciais de resto não faz falta

Que Deus proteja os polícias

LuLes infarta… Meus meninos🫣🤣

Traficantes não , os vítimas dos usuários!!

4,policias Deus conforte as famílias e amigos descansem em paz

parabéns aos policiais s poderem faz a limpeza ai

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