Fraude no INSS: Governo intensifica atendimento presencial para vítimas e amplia ações de ressarcimento
Ministro da Previdência e presidentes do INSS e dos Correios visitam agências no primeiro dia de atendimento presencial; busca ativa será realizada para alcançar beneficiários em áreas remotas.
Fraude no INSS: Governo intensifica atendimento presencial para vítimas e amplia ações de ressarcimento
O governo federal deu início, nesta sexta-feira (30), ao atendimento presencial para aposentados e pensionistas vítimas de descontos indevidos em seus benefícios, decorrentes de um esquema de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ação visa reforçar a confiança da população nas instituições e garantir o ressarcimento dos valores descontados sem autorização.

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, acompanhou o início dos atendimentos em uma agência dos Correios no Recife (PE). Já o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, visitou unidades em São Paulo e no Rio de Janeiro, enquanto o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, esteve em Salvador (BA). A presença das autoridades busca demonstrar o compromisso do governo com a resolução do problema e a proximidade com os cidadãos afetados.
Ao todo, 4.730 agências dos Correios em todo o país estão habilitadas para realizar o atendimento presencial. Os beneficiários devem apresentar um documento de identificação com foto para consultar e contestar descontos associativos não autorizados em seus benefícios. O atendimento é gratuito e não requer agendamento prévio.
Para alcançar beneficiários que vivem em áreas remotas ou têm dificuldade de locomoção, o governo federal anunciou a realização de uma busca ativa. Serão utilizadas unidades móveis, como o PrevBarco e o PrevMóvel, para levar o atendimento até comunidades ribeirinhas, indígenas, quilombolas e outras localidades de difícil acesso. A medida visa garantir que todos os afetados pela fraude tenham a oportunidade de contestar os descontos e solicitar o ressarcimento.
O esquema de fraude, revelado em abril deste ano pela operação “Sem Desconto” da Polícia Federal, envolveu descontos não autorizados em benefícios de aposentados e pensionistas, realizados por entidades associativas e sindicatos. Estima-se que cerca de 9 milhões de beneficiários tenham sido lesados entre 2019 e 2024, com prejuízos que podem ultrapassar R$ 6 bilhões.
O governo federal se comprometeu a devolver os valores descontados indevidamente até 31 de dezembro deste ano. Além do atendimento presencial, os beneficiários podem utilizar os canais digitais, como o aplicativo e o site Meu INSS, ou a Central 135, para consultar e contestar os descontos. O Ministério da Previdência reforça que não realiza contatos por telefone, e-mail ou mensagens de texto, alertando para possíveis golpes.