Política

Lula afirma: “Se ele cobrar 50%, vamos cobrar 50% dele”

Presidente promete retaliação em igual proporção após anúncio de tarifa de 50% dos EUA; Brasil busca via diplomática pela OMC e articula resposta com outros países

Em entrevista à Record TV na quinta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro que o Brasil não aceitará imposições unilaterais e seguirá o princípio da reciprocidade. Ao comentar o anúncio feito por Donald Trump de elevar a tarifa sobre produtos brasileiros para 50%, o chefe do Executivo afirmou: “Não tenha dúvida que, primeiro, nós vamos tentar negociar. Mas, se não tiver negociação, a Lei da Reciprocidade será colocada em prática. Se ele vai cobrar 50% de nós, nós vamos cobrar 50% dele”. Lula também revelou que o governo acionará a Organização Mundial do Comércio (OMC) e buscará alinhar uma frente diplomática com outros países afetados pelas mesmas medidas.

Lula afirma: “Se ele cobrar 50%, vamos cobrar 50% dele”
Presidente promete retaliação em igual proporção após anúncio de tarifa de 50% dos EUA; Brasil busca via diplomática pela OMC e articula resposta com outros países(Reprodução – Facebook Lula)

O presidente ressaltou que o Brasil tem relações históricas e respeitosas com os Estados Unidos, firmadas há 201 anos, e não tolerará “tutela” externa. Ele classificou o envio da carta de Trump, publicada publicamente antes de entregue oficialmente, como atípico na diplomacia moderna . Lula também criticou a tentativa de interferência no judiciário brasileiro ao mencionar o julgamento de Jair Bolsonaro, e reafirmou a independência do Supremo Tribunal Federal.

A Lei Brasileira de Reciprocidade Econômica, sancionada em abril, fundamenta a resposta brasileira com base na suspensão de concessões comerciais e outros instrumentos econômicos que não necessariamente impactam a inflação interna. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que há alternativas alinhadas à lei que não acarretarão aumento significativo de preços no Brasil.

Com a criação de um gabinete para repensar a política comercial com os EUA, Lula assumiu postura firme: “Vamos ter que proteger [o setor produtivo], vamos ter que procurar outros parceiros para comprar nossos produtos”. Ele enfatizou ainda que cerca de 1,7% do PIB é representado pelo comércio com os EUA, e que o Brasil pode sobreviver e se adaptar às mudanças.

A declaração final do presidente foi direta: “O Brasil é um país soberano, com instituições independentes, que não aceitará ser tutelado por ninguém”.

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