Política

Eduardo Bolsonaro afirma que não renunciará ao mandato de deputado

Parlamentar licenciado, que está nos Estados Unidos e é alvo de processo no Conselho de Ética, diz que pretende manter cargo por mais três meses

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou neste sábado (20) que não pretende renunciar ao mandato, apesar das pressões e do processo em curso no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Em transmissão ao vivo nas redes sociais, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro declarou que continuará exercendo o cargo parlamentar, mesmo licenciado e residindo temporariamente nos Estados Unidos.

Eduardo Bolsonaro afirma que não renunciará ao mandato de deputado
<em><mark style="background-color:rgba(0, 0, 0, 0)" class="has-inline-color has-cyan-bluish-gray-color">Parlamentar licenciado que está nos Estados Unidos e é alvo de processo no Conselho de ÉticaLula Marques Agência Brasil</mark></em>

Eduardo está afastado das atividades legislativas desde maio, quando solicitou licença de até quatro meses para “tratar de assuntos pessoais”. A ausência prolongada e o contexto da investigação contra ele e seu pai, no Supremo Tribunal Federal (STF), alimentaram rumores sobre uma possível renúncia, como forma de evitar uma eventual cassação por quebra de decoro parlamentar. No entanto, o deputado foi enfático ao dizer que seguirá no cargo, “pelo menos até outubro”, prazo em que expira sua licença atual.

“Eu não vou renunciar. Essa é uma narrativa que estão tentando empurrar para me fragilizar politicamente”, disse Eduardo durante a live, acrescentando que retornará ao Brasil “assim que for seguro” e que sua permanência nos EUA é temporária. O deputado também fez críticas ao STF e ao que chamou de “perseguição política contra conservadores”, em especial contra sua família.

O Conselho de Ética da Câmara avalia uma representação contra Eduardo por suposta incitação a atos antidemocráticos e por desrespeito a decisões judiciais. A tramitação ganhou força após a revelação de áudios e documentos que colocam o parlamentar como uma das figuras centrais na articulação de estratégias para pressionar o Judiciário e desacreditar o sistema eleitoral. Apesar disso, sua base aliada ainda garante sustentação interna para evitar punições imediatas.

Nos bastidores, há divergência sobre o real interesse de Eduardo em concluir o mandato. Interlocutores apontam que a manutenção do foro privilegiado seria um dos principais motivos para evitar a renúncia, já que a perda do mandato pode acelerar eventuais ações penais. Ainda assim, o deputado tenta manter discurso de enfrentamento e mobilização de sua base, mesmo fora do país.

A decisão de Eduardo Bolsonaro ocorre em um momento delicado para o clã Bolsonaro. O ex-presidente Jair Bolsonaro segue monitorado por tornozeleira eletrônica, com restrições judiciais severas, após decisão da Primeira Turma do STF. As investigações em curso incluem também aliados próximos e filhos do ex-mandatário, alimentando um cenário de instabilidade política e jurídica.

O posicionamento público de Eduardo revela uma estratégia de resistência e sinaliza que, ao menos por ora, ele continuará atuando politicamente, mesmo à distância. A expectativa agora recai sobre os próximos passos do Conselho de Ética, que poderá retomar o processo com mais intensidade após o fim do recesso parlamentar.

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