Temporal deixa Santos debaixo d’água e provoca transtornos na Baixada Santista
Chuva intensa supera 120 mm em 12 horas, causa alagamentos, interdições e afeta transporte, escolas e hospitais no litoral paulista
Um forte temporal atingiu a cidade de Santos e outros municípios da Baixada Santista entre a noite de segunda (5) e a manhã desta terça-feira (6), deixando ruas submersas, veículos ilhados, transporte público suspenso e diversos serviços interrompidos. A Defesa Civil contabilizou mais de 120 mm de chuva em apenas 12 horas, índice que ultrapassa a média esperada para todo o mês de agosto.

Os bairros mais afetados foram o Gonzaga, Campo Grande, Marapé e Ponta da Praia. Vias importantes, como a Avenida Afonso Pena, ficaram intransitáveis. Imagens mostram carros boiando, ônibus parados e pessoas tentando atravessar ruas alagadas com água até a cintura. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) interditou vários pontos da cidade por segurança, e o transporte coletivo operou com frota reduzida durante a manhã.
Além dos transtornos no trânsito, as chuvas também provocaram o fechamento de escolas da rede municipal e atrasos em atendimentos hospitalares. O Hospital Guilherme Álvaro registrou acúmulo de água em áreas externas, dificultando o acesso de ambulâncias e pacientes.
Outros municípios da região, como São Vicente, Praia Grande e Cubatão, também registraram alagamentos, embora com menor intensidade. Em São Vicente, a Defesa Civil atendeu ocorrências de deslizamentos de terra em áreas de morro, sem registro de vítimas até o momento.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para os próximos dias ainda inclui pancadas de chuva e ventos moderados, com risco de novos alagamentos. Um alerta laranja foi emitido para o litoral sul de São Paulo, indicando possibilidade de chuvas entre 30 e 60 mm por hora e rajadas de vento de até 60 km/h.
A Prefeitura de Santos mobilizou equipes de drenagem e de limpeza urbana para minimizar os impactos, mas reconheceu que o sistema de escoamento da cidade não suporta volumes tão elevados em curto período. O prefeito Rogério Santos (PSDB) afirmou que os investimentos em infraestrutura hídrica precisam ser acelerados diante da crescente frequência de eventos extremos.
Especialistas alertam que o fenômeno pode estar relacionado às mudanças climáticas e ao aumento da urbanização sem planejamento em áreas críticas da Baixada. Ambientalistas reforçam a importância de projetos de adaptação climática e ampliação da malha verde urbana como medidas urgentes para mitigar o impacto das chuvas.
A população deve continuar atenta aos alertas da Defesa Civil e evitar áreas de risco até que a situação seja normalizada. A prefeitura mantém abrigos de emergência abertos para moradores que tiveram suas casas alagadas. Nenhuma morte foi registrada até o momento, mas os danos materiais ainda estão sendo contabilizados.







