Mortes de motociclistas seguem em alta em São Paulo: um óbito a cada três horas
Detran-SP registra 1.762 vítimas fatais entre janeiro e agosto; especialistas apontam falhas de infraestrutura e excesso de velocidade
Um motociclista morre, em média, a cada três horas no estado de São Paulo nos primeiros oito meses de 2025. O balanço do Detran-SP, consolidado pela plataforma Infosiga, contabiliza 1.762 mortes entre janeiro e agosto, o que mantém os condutores de moto no topo das vítimas do trânsito paulista e sustenta uma média superior a sete óbitos por dia.

A escalada confirma o protagonismo das motos nas fatalidades viárias do estado, fenômeno que já vinha aparecendo nos levantamentos de 2024 e no início de 2025. Em julho, houve recuo de 10% nas vítimas fatais envolvendo motos em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo o governo estadual, que atribui a melhora pontual ao reforço de operações de fiscalização e educação no trânsito. Ainda assim, o acumulado do ano segue pressionado.
Especialistas apontam que a combinação de frota crescente, uso intensivo para trabalho e entregas, velocidade e infraestrutura deficiente ajuda a explicar o avanço das mortes de motociclistas. No país, a taxa de mortalidade em acidentes com motos cresceu 12,5% em 2023, o que reforça o alerta para políticas de segurança focadas no modal.
Com a proximidade da Semana Nacional do Trânsito, o Detran-SP lançou o Infosiga 3.0, versão que amplia transparência e detalhamento de custos e perfis das vítimas, recurso que pode orientar melhor as ações municipais. Para especialistas e gestores, priorizar fiscalização de risco (velocidade, álcool e capacete), engenharia de vias e proteção ao trabalhador motociclista é crucial para frear a estatística de óbitos.
Enquanto a pauta avança, números recentes indicam alta de 3% nas mortes de motociclistas em 2025, mantendo o estado no patamar mais elevado em quase uma década. O desafio é transformar reduções mensais pontuais em tendência sustentada, sobretudo nas vias municipais, onde se concentra a maior parte dos sinistros fatais.







