Economia

Banco Central eleva Selic para 14,75%, maior nível desde 2006

Copom anuncia sexta alta consecutiva da taxa básica de juros, em resposta à inflação elevada e ao cenário econômico adverso no Brasil e no exterior

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (7) a elevação da taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, alcançando 14,75% ao ano. Este é o maior patamar desde agosto de 2006 e marca a sexta alta consecutiva na taxa, em uma tentativa de conter a inflação persistente no país.

Banco Central Eleva Selic para 14,75%, Maior Nível Desde 2006
Copom anuncia sexta alta consecutiva da taxa básica de juros, em resposta à inflação elevada e ao cenário econômico adverso no Brasil e no exterior(Antonio Cruz – Agência Brasil)

Motivos para o aumento

A decisão unânime do Copom foi motivada por diversos fatores, incluindo a inflação acumulada de 5,49% nos últimos 12 meses, acima da meta oficial de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O Banco Central destacou que o cenário atual exige uma política monetária significativamente contracionista por um período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta.

Além disso, o comunicado do Copom ressaltou que o ambiente externo adverso, especialmente devido às políticas econômicas dos Estados Unidos, e a resiliência da atividade econômica doméstica contribuíram para a decisão. O comitê enfatizou a necessidade de cautela adicional na condução da política monetária, dada a elevada incerteza e os impactos acumulados ainda por serem observados.


Impactos esperados

Com a Selic em 14,75%, o Brasil passa a ter uma das maiores taxas reais de juros do mundo, considerando a diferença entre a taxa nominal e a inflação projetada. Esse aumento encarece o crédito para consumidores e empresas, o que pode levar a uma desaceleração do consumo e dos investimentos, afetando o crescimento econômico.

Por outro lado, a elevação dos juros tende a valorizar o real, conter a inflação e atrair investimentos estrangeiros em busca de rendimentos mais altos. O Banco Central revisou sua projeção de inflação para 2025 para 4,8%, abaixo dos 5,1% estimados anteriormente, e projeta uma inflação de 3,6% para o quarto trimestre de 2026.


Perspectivas futuras

O Copom não forneceu orientações claras sobre os próximos passos da política monetária, indicando que as decisões futuras dependerão da evolução dos dados econômicos e do cenário inflacionário. A próxima reunião do comitê está agendada para os dias 17 e 18 de junho.

Analistas do mercado financeiro preveem que a Selic possa permanecer em 14,75% até o final de 2025, com possíveis reduções a partir de 2026, dependendo do comportamento da inflação e do crescimento econômico.

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