Economia
Entidades produtivas e sindicatos reprovam alta da Selic para 15%
Indústria, comércio e centrais sindicais afirmam que juros altos comprometem investimento, crédito e emprego
O aumento da Taxa Selic para 15% ao ano, anunciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) nesta semana, gerou críticas contundentes de entidades representativas do setor produtivo e das principais centrais sindicais.

Reações das entidades
- CNI (Confederação Nacional da Indústria)
Classificou o aumento como “injustificável”, alertando que patamares tão elevados sufocam os setores produtivos, que já enfrentam altos custos tributários e creditícios. - APAS (Associação Paulista de Supermercados)
Ressaltou que havia espaço para manter a estabilidade, ou até reduzir juros, e que a decisão atual pode comprometer o crescimento do PIB, projetado em 2,2%. - ACSP (Associação Comercial de São Paulo)
Ainda que o índice de inflação subjacente supere o teto de 4,5%, a associação apontou que os juros altos surpreenderam o mercado e agravam a pressão sobre preços e atividade econômica. - Entidades regionais (FIEMG, FIEC)
Em apoio às críticas nacionais, federações estaduais também disseram que a alta restringe crédito, eleva custos de produção e prejudica a competitividade e criação de empregos.
Posições das centrais sindicais
- CUT e Contraf‑CUT
Avaliam que juros elevados freiam consumo, investimentos e empregos. Segundo Juvandia Moreira, dificultam a geração de vagas e a melhoria salarial . - Força Sindical
Definiu os juros altos como “veneno” para a indústria e para o comércio, afirmando que o atual rumo favorece o mercado financeiro em detrimento da economia real e tende a agravar desemprego e pobreza.
Impactos apontados
Os críticos alertam que a elevação da Selic:
- Aumenta o custo de captação para empresas
- Limita acesso ao crédito por famílias e comércio
- Reduz investimentos e a geração de empregos
- Favorece o rentismo e a especulação financeira
- Pode desalentar a retomada de crescimento econômico
Embora a preocupação com a inflação seja citada como justificativa, muitos entendem que os efeitos imediatos da alta recaem sobre o setor produtivo e o mercado de trabalho.
O que vem a seguir?
Caso a inflação permaneça acima da meta, o Banco Central pode manter juros elevados por mais tempo. Já as entidades pressionam por uma combinação de estímulos ao setor produtivo — via menor carga tributária, abertura de crédito e reformas estruturais — para equilibrar a política monetária.