Bolsonaro nega plano de golpe e se desculpa em depoimento ao STF, veja o vídeo
Ex-presidente falou por duas horas, rejeitou participação em minuta golpista e fez apelo direto a Moraes
Destaques do depoimento
1. Negativa de envolvimento em golpe
Bolsonaro reiterou várias vezes que “nunca se falou em golpe” no seu governo, chamando qualquer plano desse tipo de “abominável” e assegurando que não houve intenção de romper com a democracia.
2. Discussão de ‘possibilidades’ constitucionais
Reconheceu ter discutido “possibilidades” legais (como GLO e uso legal das Forças Armadas) para contestar o resultado das eleições, mas afirmou que permaneceu “dentro das quatro linhas” da Constituição.
3. Reação aos atos de 8 de janeiro
Classificou os invasores como “malucos”, distanciando-se de qualquer conivência com os ataques aos prédios públicos em Brasíli.
4. Negativa sobre minuta golpista
Negou sua participação na redação ou edição de qualquer minuta para intervir no Estado, alegando que o conteúdo não era parte de suas conversas oficiais e que jamais autorizou ações fora da lei .
5. Apelo e tom descontraído
Pediu desculpas por acusações anteriores contra ministros do STF, inclusive sugerindo que alguns teriam recebido milhões – um pedido de desculpas foi feito diretamente a Alexandre de Moraes. Teve ainda leve tom de humor ao convidar Moraes para ser seu vice em 2026, recebendo risadas na corte.
Contexto do julgamento
- Bolsonaro é réu, junto com outros sete, por suposta tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, e atos que atentaram contra a ordem democrática, com penas que podem alcançar décadas de prisão.
- O depoimento complementa relatos de delatores, como Mauro Cid, que afirmou ter participado de reuniões e produzido versões de minutas relacionadas a um plano golpista.
- A apuração foi intensificada após os atos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes alinhados a Bolsonaro invadiram o STF, o Congresso e a Presidência.
Próximos passos
- O interrogatório de Bolsonaro se estendeu por cerca de duas horas, conduzido por Moraes, Fux e o PGR Paulo Gonet.
- Agora, as fases seguintes incluem oitivas de demais réus e testemunhas – a sentença é estimada para o fim de 2025, antes das eleições de 2026.
- A corte analisará se os atos de contestação eleitoral e as reuniões estudadas configuraram golpismo, ou se realmente se mantiveram dentro da legalidade.