Justiça

Bolsonaro nega envolvimento em “Punhal Verde e Amarelo” e atos de 8 de janeiro

Em alegações finais, defesa afirma não existir prova que o vincule à trama golpista ou aos atos antidemocráticos de janeiro de 2023

Em documento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, 13 de agosto de 2025, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro alegou que não houve participação sua em ações golpistas ou nos atos que ocorreram em 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Os advogados afirmam que “não há uma única prova que atrele o Peticionário ao plano ‘Punhal Verde e Amarelo’ ou aos atos dos chamados Kids Pretos e muito menos aos atos de 8 de janeiro”.

Bolsonaro nega envolvimento em “Punhal Verde e Amarelo” e atos de 8 de janeiro
Bolsonaro nega envolvimento nos atos de 8 de janeiro e no plano “Punhal Verde e Amarelo(Lula Marques – Agência Brasil)

Além disso, em um comunicado mais elaborado junto às alegações finais de defesa, os advogados reforçam: “Não afirmou, em nenhum momento, que deveria dar golpe de Estado ou algo similar. Sua fala foi em sentido figurado e mal interpretada.” Sustentam que, em discussões acaloradas, “ânimos se exaltam”, mas “em nenhum momento foi empreendido algo no sentido de alguma ação não republicana”.

O caso se insere no contexto do processo penal em que Bolsonaro e outros sete réus são acusados de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e outros crimes relacionados à tentativa de reverter o resultado da eleição presidencial de 2022. A investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) inclui a acusação de que o ex-presidente liderou o núcleo essencial de um plano golpista e chegou a editar um documento que serviria como decreto para isso.

Em junho de 2025, durante seu depoimento ao STF, Bolsonaro também negou qualquer articulação golpista. Declarou que nunca houve “nenhuma fala de golpe, golpe é coisa abominável” e que “não houve possibilidade sequer de um golpe” durante seu governo. Admitiu ter participado de reuniões com militares, mas disse que foram dentro dos limites constitucionais.

Segundo a imprensa internacional, como o Financial Times, o plano teria inclusive incluído dispositivos para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes, mas Bolsonaro se disse surpreendido ao tomar conhecimento desses planos apenas pela imprensa.

Agora, com as alegações finais entregues, caberá ao relator Alexandre de Moraes preparar seu voto e submeter o caso à Primeira Turma do STF, composta também pelos ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux. A expectativa é que o julgamento ocorra ainda em 2025.

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