Brasil condena novos assentamentos israelenses na Cisjordânia e reforça apoio à Palestina
Governo brasileiro classifica medida como "flagrante ilegalidade" e critica ações de Israel que comprometem a solução de dois Estados
Brasil condena novos assentamentos israelenses na Cisjordânia e reforça apoio à Palestina
O governo brasileiro manifestou, neste domingo (1º), forte repúdio à decisão de Israel de aprovar a construção de 22 novos assentamentos na Cisjordânia, território reconhecido internacionalmente como parte integrante do Estado da Palestina.

Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores classificou a medida como uma “flagrante ilegalidade perante o direito internacional”, destacando que a ação contraria o parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça (CIJ) de julho de 2024. Esse parecer considerou ilícita a presença contínua de Israel nos territórios palestinos ocupados e determinou a cessação imediata de novas atividades em assentamentos, além da evacuação dos moradores dessas áreas.
Durante a convenção nacional do PSB, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva leu a nota do Itamaraty e reiterou críticas à postura de Israel, classificando a ofensiva militar na Faixa de Gaza como “genocídio”. Lula afirmou que “essa guerra é uma vingança de um governo contra a possibilidade da criação do Estado Palestino” e que “o que vemos é um exército altamente especializado atacando mulheres e crianças”.
O Itamaraty enfatizou que as ações unilaterais de Israel comprometem a implementação da solução de dois Estados, reafirmando o compromisso do Brasil com a criação de um Estado palestino independente e viável, convivendo em paz e segurança ao lado de Israel, nas fronteiras de 1967, incluindo a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, com capital em Jerusalém Oriental.
A aprovação dos novos assentamentos foi anunciada pelo ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, conhecido por sua posição de extrema-direita e defensor da soberania israelense sobre a Cisjordânia. A comunidade internacional, incluindo o Brasil, considera os assentamentos israelenses em territórios ocupados como ilegais e um obstáculo à paz.