Brasil pressiona Itália por extradição de Carla Zambelli, que segue foragida na Europa
Itamaraty aguarda resposta oficial enquanto defesa da deputada busca barrar o processo com argumentos de perseguição política.
O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, aguarda neste domingo (15 de junho de 2025) uma manifestação da Itália sobre o pedido de extradição da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), condenado no Brasil a 10 anos de prisão pelos crimes de invasão do CNJ, entre outros.
Contexto do pedido e fuga para a Itália
Zambelli deixou o Brasil em 3 de junho, pouco depois de ter seu nome incluído na lista vermelha da Interpol. O pedido formal de extradição foi enviado pelo Ministério da Justiça ao Itamaraty, que o encaminhou por via diplomática à Embaixada brasileira em Roma, ainda na madrugada.
Cidadania italiana e defesa na Itália
A parlamentar tem dupla cidadania — brasileira e italiana — o que aliada à sua defesa jurídica pode atrasar o processo. Ela contratou o advogado Pieremilio Sammarco, especialista em direito internacional, para conduzir sua defesa em Roma.
Resposta italiana e impasse diplomático
O governo italiano afirmou não saber o paradeiro de Zambelli, embora haja coordenação com o Ministério Público local. Especialistas lembram que a eventual concessão de extradição dependerá de avaliação judicial — e a Itália pode conceder asilo político se considerar haver “perseguição”. Conforme destacou o ministro Ricardo Lewandowski, há motivo para esperar um resultado rápido, já que a Constituição italiana permite a extradição de seus cidadãos.
Antecedentes e similaridades históricas
A estratégia de Zambelli lembra a usada por Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, que protelou seu retorno por mais de um ano após fugir para a Itália e usar sua cidadania italiana como defesa.