Lula defende reajuste no IOF para financiar gastos públicos
Presidente afirma que aumento é “justo” e necessário, diz que não dará “sempre cedido” à pressão; Congresso já iniciou processo para derrubar medida
Em entrevista ao podcast Mano a Mano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira (19) o aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), afirmando que a decisão, proposta pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é “justa” e fundamental para financiar políticas públicas sem recorrer a cortes orçamentários.

Lula destacou que o objetivo é que setores com grande capacidade contributiva, como plataformas de apostas online (“bets”), fintechs e bancos, assumam uma fatia maior da arrecadação. “O IOF do Haddad não tem nada de mais… Essa briga nós temos que fazer. Não dá para ceder toda hora”, disse.
A declaração do presidente ocorre em meio à forte reação do Congresso Nacional, que aprovou a tramitação em urgência de um projeto que visa revogar o decreto que eleva o IOF — resultado de um impasse entre Executivo e Legislativo sobre tributação e ajustes fiscais.
Enquanto isso, o governo considera ampliar a arrecadação por meio de outras medidas, como o fim de isenções fiscais em LCIs/LCAs, apostas e fintechs, compensando eventuais perdas decorrentes da queda do IOF.
O aumento do IOF gera impacto nos preços do crédito e operações financeiras, provocando pressão sobre a Curva de Juros e reações negativas de setores do mercado e da economia que consideram a medida prejudicial à atividade.
No entanto, Lula afirmou que o país precisa avançar em uma reforma tributária ampla, buscando “justiça fiscal” onde “quem ganha mais paga mais, quem ganha menos paga menos, e as pessoas vulneráveis não pagam imposto”.