Alerta da Fiocruz: Casos de síndrome respiratória grave disparam no Brasil
Aumento de 91% em um mês preocupa autoridades de saúde; vírus influenza A e VSR impulsionam internações, especialmente entre idosos e crianças.
O último boletim Infogripe, divulgado nesta quinta-feira, 12 de junho, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), registrou uma preocupante alta de 91% nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil. O período analisado correspondeu às semanas epidemiológicas 19 a 22, de 4 a 31 de maio, quando o número de casos quase dobrou em comparação ao mesmo intervalo de 2024.

Desde o início de 2025, já foram notificadas 93.779 ocorrências de SRAG. Dessas, 47.343 (50,5%) tiveram confirmação laboratorial de vírus respiratórios, dos quais 24,5% foram positivos para influenza A, 45,1% para vírus sincicial respiratório (VSR), 22,3% para rinovírus, e 9,9% para Sars-CoV-2.
A alta concentração de casos está nas regiões Centro‑Sul, com estados como Acre, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e o Distrito Federal já apresentando sinais iniciais de estabilização — embora o número de hospitalizações permaneça elevado.
Impacto etário e viral
- Influenza A é responsável por grande parte das hospitalizações em todas as faixas etárias, com impacto mais severo entre idosos.
- Vírus sincicial respiratório (VSR) lidera os casos em crianças pequenas, mantendo tendência de aumento em boa parte do país.
Segundo Tatiana Portella, pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz, “a vacinação contra a gripe é a principal forma de prevenir casos graves e óbitos… com boa cobertura vacinal, conseguimos diminuir esse número de hospitalizações”.
Ela também recomenda etiqueta respiratória: uso de máscaras em locais fechados e postos de saúde, assim como atenção aos sintomas gripais.
Cidades em alerta
Dos 27 estados, 21 estão em níveis de alerta, risco ou alto risco, com tendência de aumento em longo prazo. Das 27 capitais, 17 apresentam essa situação, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba e Porto Alegre.
Vigilância e medidas emergenciais
Especialistas destacam que o clima mais frio favorece a circulação viral e sobrecarga nos serviços de saúde. A Fiocruz e outras autoridades reforçam: é fundamental intensificar a vacinação, rastrear casos, manter ventilação adequada em ambientes fechados e reforçar protocolos de proteção.